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Deputados começam a julgar Edmar
15/06/2009 | 07:04
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Suspeito de apropriação indevida de recursos da verba indenizatória de R$ 15 mil mensais a que os deputados têm direito, o ex-corregedor da Câmara Edmar Moreira (sem partido-MG) começa a ser julgado pelo Conselho de Ética da Câmara na quarta-feira, quando está marcada a leitura do parecer do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI).

É certo que o relator não absolverá Edmar, mas ainda há dúvidas entre os conselheiros se Fonteles vai recomendar a punição mais branda, de suspensão do mandato, ou a cassação por quebra de decoro parlamentar. Fonteles deixou clara a insatisfação com o depoimento de Edmar Moreira aos conselheiros, pois várias perguntas ficaram sem resposta. O relator recusa-se a comentar processo.

O parecer será protocolado no conselho amanhã, mas a sessão para leitura se dará no dia seguinte. Depois de lidos o relatório e o voto do relator, terá início confronto no colegiado entre aliados e adversários de Edmar no processo.

A tendência é de uma votação apertada. Pelo menos cinco dos 15 votos de titulares são considerados garantidos em defesa do ex-corregedor. O presidente do conselho só vota em caso de empate e, em geral, segue o voto do relator. O colegiado é presidido pelo deputado José Carlos Araújo (PR-BA), que no mês passado destituiu o relator Sérgio Moraes (PTB-RS), que declarou se lixar para a opinião pública e não ver motivos para a condenação de Edmar.

O primeiro passo em favor do deputado processado será um pedido de vista (prazo para análise do processo), o que adiará a votação do parecer para a última semana de junho ou até a primeira semana de julho. "Vamos ter de contar voto, um a um", prevê a deputada Solange Amaral (DEM-RJ), integrante do grupo que defende a condenação de Edmar Moreira.

A decisão final do conselho pela absolvição ou punição (advertência, suspensão ou cassação) será submetida ao plenário da Câmara.

Castelo - Em fevereiro, Edmar - conhecido por ser dono de um castelo de R$ 25 milhões na zona da mata mineira, registrado em nome dos filhos - deu uma demonstração de prestígio entre os colegas ao ser eleito corregedor em uma candidatura autônoma lançada à revelia de seu partido na época, o DEM, que havia lançado o deputado Vic Pires (PA). No entanto, logo depois de tomar posse, o deputado mineiro foi submetido a uma série de desgastes. Primeiro, disse que os parlamentares "têm o vício insanável da amizade" e defendeu que, em casos de serem processados, fossem submetidos à Justiça e não ao julgamento na Câmara. Logo em seguida, começaram as notícias sobre a propriedade milionária e as suspeitas de uso ilegal da verba indenizatória.

Entre 2007 e 2008, Edmar usou R$ 230,6 mil em recursos do benefício para pagar duas empresas de sua propriedade, contratadas para serviços particulares de segurança. O deputado não comprovou a prestação dos serviços.




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