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Oposição pressiona PF
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26/10/2006 | 00:15
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O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e o sub-relator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), voltaram nesta quarta-feira a acusar a Polícia Federal de obstruir os trabalhos. Como suposta prova, Jungmann e Sampaio citaram a negativa dos dirigentes da PF de transferir à CPI os dados obtidos pela quebra do sigilo bancário fiscal e telefônico dos envolvidos na compra do dossiê Vedoin.

Eles afirmaram acreditar que, se não houvesse a intenção de atrapalhar as investigações, teriam acesso a informações sobre três dos envolvidos na compra do dossiê: o ex-coordenador-geral da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) Hamilton Lacerda, suspeito de ter levado o dinheiro ao hotel onde os petistas foram presos, o churrasqueiro Jorge Lorenzetti, que assumiu a responsabilidade pela negociação, e o advogado Gedimar Passos, que foi preso com parte dos R$ 1,75 milhão que compraria o dossiê.

“A Polícia Federal vem criando dificuldades, restringindo o envio de documentos”, afirmou Jungmann. Para Sampaio, fica “clara” a intenção dos dirigentes da polícia em preservar os envolvidos ligados ao governo. “A PF está orientada a andar em passos de tartaruga e faz de tudo para afastar o Palácio do Planalto das investigações”, acusou. No entender do deputado do PSDB de São Paulo, o presidente da comissão parlamentar, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), em vez de preocupar-se com as investigações, prefere criticar os colegas. “O que preocupa não é o fato de trabalharmos às sextas-feiras e, sim, o fato de ele não estar aqui para conduzir os trabalhos”, alegou.

Sampaio também criticou a decisão de Biscaia de convidar para depor os ex-ministros da Saúde José Serra, governador eleito de São Paulo, Humberto Costa, secretário nacional de Comunicação do PT, Saraiva Felipe, deputado do PMDB de Minas Gerais, e Barjas Negri, prefeito de Piracicaba, no interior paulista, antes dos envolvidos no esquema do dossiê. “Ele quer ouvir primeiro as vítimas, antes dos acusados”, atacou.

Bastos – Em resposta aos ataques da oposição em relação ao atraso nas investigações do dossiê Vedoin, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta quarta-feira que o trabalho da PF tem sido exemplar, republicano e de Estado. Ele lembrou que foi graças ao trabalho da PF que se chegou aos nomes dos petistas responsáveis pela desastrada operação de compra do dossiê. “Essas pessoas não são bandidos que vieram de Marte. Eles são pessoas que estavam ligadas ao Partido dos Trabalhadores”, disse.

Bastos criticou as tentativas de uso eleitoral do trabalho da PF. “Eu lamento, fico triste quando vejo que o uso eleitoral, a paixão eleitoral possa fazer esse tipo de crítica absolutamente destituída de fatos.”



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