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Mortes por problemas renais registram alta de 15% na região
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
09/03/2017 | 07:00
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 O número de moradores do Grande ABC que morreram em razão de problemas nos rins teve alta de 15% entre 2015 e 2016: passou de 146 para 168 óbitos. A informação do DataSUS (Sistema de Dados do Sistema Único de Saúde) chama a atenção dos especialistas, tendo em vista que as doenças renais são silenciosas e estão associadas a outras causas de morte, como as complicações cardiovasculares. A estimativa é a de que 10% da população adulta do País – 15 milhões de pessoas – tenha lesão no órgão, considerado o filtro do organismo.

Diante do cenário preocupante e em razão do Dia Mundial do Rim, celebrado hoje, as ações internacionais sobre o tema têm o objetivo de motivar a população a prevenir a obesidade, fator de risco para a perda da função renal, explica o professor de Nefrologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e coordenador da campanha nacional voltada ao tema na região, Daniel Rinaldi dos Santos. “Infelizmente não há preocupação com o rim de forma geral, e estamos falando de órgão responsável por eliminar não somente água e minerais, como substâncias tóxicas do nosso corpo.”

Geralmente associada a outras doenças, como diabetes e hipertensão, a perda da função renal se manifesta, na maior parte das vezes, em fase tardia, ressalta Santos. “Podemos dizer que muita gente morre desconhecendo os problemas renais porque são acometidas por complicações cardiovasculares”, destaca.

Quando em estágio avançado, as complicações do rim demandam a realização de diálise, técnica capaz de suplementar as falhas da função renal para eliminação de água e produtos de excreção do sangue. O procedimento acomete pelo menos 120 mil pessoas em todo o País. Entre as sete cidades, o tratamento se faz necessário para pelo menos 152 pacientes de Santo André e 349 moradores de São Bernardo via SUS. As demais cidades não informaram.

 

TRANSPLANTE

Exemplo da dimensão do problema e de sua gravidade é a quantidade de transplantes de rim realizada anualmente no Estado. Os procedimentos de substituição renal representaram 66,37% do total de cirurgias do tipo em 2016. Além disso, dos 14.373 pacientes que aguardam transplante de órgão na rede pública estadual atualmente, 87,17% estão à espera de novo filtro para o organismo.

Entre as sete cidades, apenas Santo André informou ter encaminhado 72 pacientes para o Hospital do Rim, onde aguardam pelo transplante. Em contrapartida, São Bernardo destacou que, em média, 20 moradores da cidade são submetidos ao procedimento a cada ano. Ribeirão Pires citou que encaminha os pacientes para as unidades referenciadas do Estado e, por isso, não possui detalhes sobre os casos. Os demais municípios não se pronunciaram sobre o tema.

Considerada de alta complexidade, a cirurgia de transplante de órgãos é realizada por 38 unidades estaduais de referência, nenhuma delas no Grande ABC. A distribuição dos órgãos aos receptores requer que estes estejam devidamente inscritos no Cadastro Técnico Único e ocorre de acordo com a gravidade do caso ou ordem de inscrição, conforme o tipo de órgão a ser transplantado.

 

Mutirão oferece orientação e exames gratuitos à população hoje

 

A campanha nacional de prevenção pelo Dia Mundial do Rim, organizada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, tem polo regional no ambulatório de nefrologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), localizado na Rua Silva Jardim, 501, no Centro de São Bernardo. Para celebrar a data, o espaço oferece atendimento gratuito hoje, entre 9h e 16h.

Aqueles que comparecerem ao local terão à disposição testes de glicemia capilar (para identificar o diabetes), verificação de pressão arterial e exames de fitas de urina para detecção de sangue e albumina (proteína). Em caso de alterações, as pessoas serão encaminhadas para o ambulatório da FMABC, onde 120 pacientes são acompanhados por mês.

“A população que faz parte do grupo de risco costuma ter diabetes, hipertensão, obesidade, além de histórico familiar. Os problemas renais geralmente estão associados à rotina de vida inadequada”, ressalta professor de Nefrologia da FMABC e coordenador da campanha de prevenção, Daniel Rinaldi dos Santos.

 




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