O empresário de Santo André e engenheiro Orlando Cruz, 66 anos, deixou de lado o interesse que tinha, quando viajava, por cassinos. Em 1971, ele conheceu a Bolsa de Valores e de lá para cá continua movimentando seu capital, comprando e vendendo os papéis das empresas como hobby.
Ele se encaixa em um grupo que só cresce dentro da BM&FBovespa ( Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros): a de pessoas acima dos 55 anos, que em grande maioria são aposentados. Em julho, este público representou 25% do número de pessoas físicas na Bolsa, ou seja, 152.088 investidores. Eles são donos de 60% do montante aplicado por pessoas físicas, com R$ 62 bilhões.
"Você não precisa correr ao bingo", diz o empresário, destacando que o mercado de risco proporciona emoção e, no caso de lucro, entusiasmo. E como tudo é fiscalizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e cada compra, venda e lucro devem ser declarados para a Receita Federal, fatos que garantem segurança de que tudo está dentro da legalidade.
A corretora TOV percebeu o crescimento deste segmento e já oferece desconto de 50% nas ordens executadas de compra e venda de ações para o público aposentado.
Mas a diversão de Cruz não traz apenas boas notícias. "Você tem que aprender a conviver com as perdas. Muitas vezes elas são necessárias para ganhos futuros, mas é preciso limitá-las", afirma.
Mas o professor de Economia da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Norival Caruso avisa: "A Bolsa não é caruso". Ele explica que é possível ter rendimento maior que o da poupança apenas com os dividendos (distribuição dos lucros) das ações de empresas consistentes e que tendem a ter grande lucratividade.
TRIBUTOS
Conforme o diretor da diretor da Tema Sistemas, Nilson Francisco, é preciso declarar todos os movimentos na Bolsa, para que o investidor não seja prejudicado. Em caso de vendas acima de R$ 20 mil em ações, 15% do lucro vai para o Leão. "E se tudo não for declarado, se a Receita não souber quanto o investidor tinha, a tributação pode ocorrer sobre o valor total da venda e não apenas do lucro", acrescenta.
Francisco, que oferece sistema para facilitar a declaração relacionada aos investimentos na Bolsa, destaca que mais de 30 leis vigoram neste meio. "São muitos detalhes", afirma. E completa que "aqueles aposentados interessados em deixar ações de heranças devem declarar tudo para que os herdeiros não tenham problemas futuros".
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