Economia Titulo Pagando as contas
Idoso ajuda a sustentar
30% das famílias da região

Dados indicam que os mais velhos acabam indo
morar com mais novos, ou filhos voltando ao lar

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
12/08/2013 | 07:45
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Divulgação


A cada dez famílias do Grande ABC, pelo menos três contam com a renda dos idosos – pessoas com 60 anos ou mais –, seja ela proveniente de aposentadoria, pensão ou salário, para pagar as contas de casa.

A região tinha, em 2012, cerca de 795 mil residências, sendo que 280 mil com moradores da terceira idade. Do total, 240 mil complementavam pelo menos um quarto do orçamento com a renda dos mais velhos. Em 2011, último estudo com essas características, eram 221 mil.

Para se ter ideia da importância da participação da terceira idade no orçamento familiar da região, 102 mil casas dependiam 100% do salário deles e 171 mil precisavam de pelo menos 50% de contribuição dos idosos (veja arte acima). Neste grupo estão incluídas casas compostas só por idosos e aquelas em que eles estão presentes.

Os dados fazem parte de estudo desenvolvido pelo Inpes-USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano). Para chegar aos resultados, foram analisados dados da pesquisa socioeconômica, da própria instituição de ensino, em conjunto com dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o coordenador do Inpes-USCS, Leandro Prearo, os dados indicam que os mais velhos acabam indo morar nas casas dos mais novos, ou os filhos voltando ao lar dos pais. “Pensando em economia das famílias, isso mostra a importância que a renda dos idosos tem. A maioria da região conta com ela”, destaca Prearo.

Essa relevância é apontada pelo estudo. Ao considerar todos os domicílios da região que possuem um morador da terceira idade que não é chefe de família, em aproximadamente 40 mil residências 28% do orçamento familiar, em média, é gerado pelo rendimento dos idosos. No entanto, Prearo pontua que há uma troca natural, muito mais por carinho e cuidado com os parentes, do que propriamente servir como apoio financeiro.

“Por outro lado, esse idoso está recebendo suporte social. Está amparado emocionalmente. Tem suporte de atenção à sua saúde morando junto com os filhos”, explica o coordenador do Inpes-USCS.

Este é o caso da aposentada andreense Dirce Lovato Pinto dos Santos, 81 anos. Ela é dona do terreno da casa em que mora e construiu mais duas residências para que seus dois filhos vivessem ao seu lado. Lá estão as mulheres e também quatro netos. “Pago a conta de água, de luz e de telefone. Também o meu próprio convênio médico (com cerca de cinco salários-mínimos de aposentadorias, a sua e do marido que morreu). Mas é muito bom. Adoro ter eles por perto. E ainda vou na casa da minha irmã em algumas noites”, conta.


 




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