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Clássico moderno

Releitura da obra ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, de Jorge Amado, chega aos cinemas dia 23

Vanessa Soares Oliveira
12/11/2017 | 07:00
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Divulgação


 A arte é atemporal. Em qualquer época é possível apreciar uma obra de séculos passados e fazer um paralelo com a atualidade. Mas em alguns casos, a impressão que se tem é que aquilo com o que se está tendo contato foi pensado para o presente. É essa sensação que Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Jorge Amado, desperta.

Apesar de ter sido escrita há mais de 50 anos, a história possui elementos que se enquadram em diversas épocas distintas, incluindo a que vivemos atualmente. Prova disso é que, pela segunda vez, agora pelas mãos do diretor Pedro Vasconcelos – que também dirigiu peça homônima, cuja estreia foi em 2008 no Rio de Janeiro e circulou o País – , ganha adaptação para o cinema. A obra chega às telonas de todo Brasil no dia 23.

“A adaptação é absolutamente fiel ao livro. São recortes da obra de Jorge Amado. Não escrevi nada do roteiro. Eu simplesmente peguei trechos do livro e criei uma costura. Então, quem escreveu o roteiro desse filme foi Jorge Amado”, garante Vasconcelos.

Na trama, Flor é casada com Vadinho, que só quer saber de farras e jogatina nas boates da cidade. Apesar de não ser um bom marido, é um amante perfeito, capaz de saciar todos os desejos da mulher. A vida de abusos, no entanto, acaba por acarretar sua morte precoce, deixando Dona Flor viúva. Logo ela conhece Dr. Teodoro, recatado e pacífico farmacêutico da cidade, com quem se casa novamente. As saudades do antigo marido e o desejo de reencontrá-lo acabam fazendo com que ele retorne em espírito, visto somente pela viúva, deixando Dona Flor em dúvida sobre o que fazer com os dois maridos, que passam a dividir seu leito.

“Sempre tive uma predileção por Jorge Amado desde antes de saber que seria atriz. Flor é um bicho social. Uma moça de família, para casar. Isso faz com que ela seja uma mulher até mais próxima da minha realidade, porque acho que não existe mulher que não tenha passado pelas angústias de Flor. É a sua sensualidade ou a moral? É a libido ou os códigos de ética? O que a mulher pode publicamente e o que não pode? Tudo isso é muito atual, muito moderno e por isso, neste sentido, sempre me senti muito próxima dela”, revela Juliana, que dá vida a Dona Flor.

Já Leandro Hassum, que vive Dr. Teodoro, garante ter ficado muito feliz na pele do personagem. “Estou honrado de ter sido convidado para viver Dr. Teodoro. Sempre fui fã de Jorge Amado. Acho um dos maiores autores do mundo. É um filme feito para valorizar a personagem da Juliana e vem em momento tão bacana do empoderamento femino. A gente pensa em um clássico que foi escrito há tanto tempo e não poderia ser mais moderno”, afirma Hassum.

OBRA
Dona Flor e Seus Dois Maridos foi publicado por Jorge Amado (1912-2001) em 1966 e o romance se tornou um dos maiores sucessos do escritor, ultrapassando 50 edições e sendo publicado em mais de 20 países.

A trama foi adaptada pela primeira vez para o cinema em 1976 por Bruno Barreto. O sucesso literário se transferiu imediatamente para as telonas, tendo se tornado a maior bilheteria da história do cinema brasileiro, com mais de 10 milhões de espectadores. Depois disso, também chegou à televisão e ao teatro, sendo sempre sucesso absoluto.




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