O projeto de uma nova entidade para difusão de cultura começa a ser desenhado no Grande ABC. O órgão, que poderá ser batizado de Instituto Imes Cultural, será um braço do Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior), de São Caetano, e estará aberto à comunidade. A iniciativa partiu de estudantes e a idéia é integrar todas as atividades artísticas já existentes, somar essas ações a outras novas e consolidar-se como instituição.

A primeira novidade é o curso de Desenho e Pintura em Tela, que terá inscrições abertas a partir de agosto. Inicialmente, a mensalidade será de R$ 45. “A proposta é conseguir parceiros da iniciativa privada para possibilitar a realização de oficinas gratuitas”, diz o estudante Ricardo Almeida, um dos idealizadores do projeto. Os outros envolvidos são os artistas plásticos Fabrizio Dell’Arno e Henrique Azevedo Fábio.

Um grande auxílio para a constituição da entidade pode vir do instituto Itaú Cultural, capaz de apontar os caminhos a serem seguidos. O contato já existe, mas ainda não há nenhum projeto formalizado na entidade. “Existe um fluxo de deliberação interna que precisa ser respeitado. Por enquanto, estamos apenas ouvindo as intenções”, afirma Bruno Assami, gerente de Difusão do Itaú Cultural.

Para o pró-reitor Comunitário e de Extensão do Imes, Joaquim Celso Freire, não há pressa para a oficialização do instituto: “Pode até levar anos, mas o importante é que as atividades vão acontecendo”. O projeto dos alunos tem o total apoio da pró-reitoria e da mantenedora da universidade, a parte administrativa da autarquia.

Espaços não faltam para a realização de eventos. O campus do Imes oferece o anfiteatro (para cinema, teatro e o grupo vocal), o Espaço Acadêmico (destinado ao entretenimento cultural e ao estúdio da rádio interna) e o palco do pátio central (pequenas apresentações musicais, performances e exposições de artes visuais). Uma área externa foi destinada para a construção de um teatro de arena.

O novo local destinado às oficinas e o Espaço Acadêmico foram decorados com painéis pintados por Dell’Arno e Azevedo Fábio, inspirados na obra do muralista mexicano David Alfaro Siqueiros. “O trabalho dele é voltado para o social, trata da expressão da sociedade”, diz Dell’Arno.