Fim de agonia: Coritiba 3 a 1. No momento em que os jogadores do Santo André saíam do gramado ou concediam entrevistas, o técnico Sérgio Soares gesticulava como nunca. Parecia transtornado. Nos vestiários, persistiu a gritaria. Era possível ouvir o barulho lá de fora.

O clima pesou demais. Houve quem, ao deixar o local, reclamasse dos possíveis exageros do treinador. "Não houve nenhuma briga, mas assumo que cobrei forte. Isso é normal no futebol. Não dá para achar que está tudo bem e sorrir como se nada tivesse ocorrido. Queriam o quê? Que eu ficasse feliz? São aquelas cobranças nas derrotas. Não se admite que você ganhe uma e, em seguida, perca logo em nossa casa", desabafou Sérgio Soares que, durante a entrevista coletiva, mostrava-se irritado ao analisar as imagens de mais uma queda no Campeonato Brasileiro da Série B.

O técnico negou que o bate-boca passasse dos limites. Que os derrotados quase chegassem aos tapas. "Isso não é verdade", garantiu o treinador, ao rebater os comentários que corriam no saguão do Bruno Daniel.

O diretor executivo Carlito, bastante requisitado pela imprensa, não confirmou nem desmentiu os supostas excessos nos vestiários. "Na hora em que todos entraram aqui, eu não me encontrava no local. Confesso que não vi. Então, não poderia julgar nem opinar. Mas já me falaram e vou apurar se passaram dos limites. Se ocorreram discussões profissionais, vejo isso como normal. É bom que se cobrem para o bem do grupo todo. Aí é diferente. Enfim, quero ouvir as pessoas que teriam visto essas coisas", avisou o dirigente. O goleiro Neneca estava no cenário do bate-boca, mas entende que não há motivos para tanta polêmica. "É natural que a gente se cobre mesmo", afirmou.