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Devagar, devagarinho

Martinho da Vila chega aos 45 anos de carreira; Para celebrar,
carioca de 74 anos tira do bolso 'Martinho da Vila - 4.5 Atual'

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
17/07/2012 | 07:00
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Não é todo dia que alguém completa 45 anos de carreira. E também não é qualquer um que se mantém vivo na música por tanto tempo. Mas Martinho da Vila, devagar, devagarinho, sem pressa alguma, chegou lá e agora aproveita para comemorar.

Figura ilustre do samba, o músico comemora as quatro décadas e meia de estrada cheio de bom humor e histórias para contar. Para celebrar, o carioca de 74 anos tira do bolso 'Martinho da Vila - 4.5 Atual' (Sony Music, R$ 19,90). O músico entrou em estúdio e regravou as canções de 'Martinho da Vila', álbum com o qual estreou, ainda em 1969. Além das regravações, outras quatro músicas completam o disco.

Homem que considera o palco como o melhor lugar do mundo, Martinho conta que começou a cantar de brincadeira. "Depois fiz umas paródias, criei umas coisas e as pessoas gostaram. Foi natural", revela.

Martinho mostrou o rosto no Festival da TV Record, em 1967. Ele se lembra de ver artistas que conhecia por meio de revistas e rádio e que esses artistas estavam nervosos. "Para mim era só uma onda. Eu não tinha noção da importância daquilo tudo. Fui lá, cantando com três mocinhas, tocando ali na boa e aquilo encantou todo mundo. Foi fantástico. O que lamento é não ter nenhuma imagem disso."

Martinho, dono de sua carreira, conta que nunca gravou um disco que não tenha gostado de produzir. Talvez seja por isso que quando pega a estrada adora escutar o que já fez. "Gosto do que eu faço. Tem gente que não gosta. Eu não entendo como pode não gostar."

O tempo passou e a música não mudou. Martinho conta que sua composição se mantém a mesma, e que o que mudou ao longo dos anos foi o cantor. "Hoje conheço minha voz, sei das limitações", diz. "Antes eu falava o que vinha na cabeça. Hoje sou mais criterioso. Tem gente que sofre se eu sofro. Se eu fico alegre, fica também. Tem de pensar no outro lado da moeda."

Entre as conquistas que teve com a música, conhecer culturas e viajar o mundo foi uma delas. "Quando comecei não conhecia quase nada do Brasil. Viajar é uma das coisas que a música me deu. É muito enriquecedor. Hoje conheço os cinco continentes", conta.

Como quem conta algo com sorriso de ponta a ponta no rosto, Martinho diz que o que gosta mesmo é de divertir as pessoas. "Ter essa missão é emocionante também. Poder cantar uma música e a pessoa que escuta chorar ou outra pular de alegria com isso me deixa feliz. Outra coisa que gosto muito é quando estou em algum lugar e vem alguém sério em minha direção. Essa pessoa dá de cara comigo e já abre um sorriso. E isso acontece muito", afirma o músico.




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