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Novo remédio contra o peso

Brasil é o primeiro País do mundo a liberar liraglutida para pacientes entre 12 e 18 anos

Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
22/08/2020 | 23:59
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Pixabay


Estar acima do peso ideal que a pessoa imagina para si própria é uma questão um tanto quanto delicada. Envolve briga com a balança, dietas, atividades físicas e um entendimento interno de que se trata de um processo a ser enfrentado. A obesidade acaba por ser um desafio, com o período da adolescência movimentando a área médica para encontrar formas de ajudar na busca pela perda de peso para necessidade de saúde.

A arma mais recente para tentar resolver essa questão é uma droga. Trata-se da liraglutida, antes liberada para a utilização em adultos e com o Brasil se tornando o primeiro País do mundo a autorizar, por meio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no início de agosto, seu uso em pacientes com idade entre 12 e 18 anos. O remédio, desenvolvido em 2009, age no organismo para dar a sensação de saciedade quanto à fome, ajudando contra o desejo de comer por maior tempo. Hipoglicemia (queda das taxas de açúcar no sangue) e efeitos gastrointestinais, casos de diarreia, vômitos e náuseas, estão entre os efeitos colaterais.

Dados publicados na revista científica internacional The New England Journal of Medicine, dos Estados Unidos, mostraram que cerca de 10% do peso pode ser perdido ao longo de um ano com a utilização da medicação pelos mais de 100 jovens que participaram de pesquisa especial. Esta análise é a responsável por incentivar o uso nos novos pacientes a partir deste mês no País e que promete incentivar outros lugares do mundo a adotar a medida em futuro próximo. 

A liraglutida só é recomendada em casos considerados severos e quando mudanças no estilo de vida adotadas não surtirem efeito na busca pelo emagrecimento. Certos critérios também são levados em conta para prescrição, como a pessoa ter peso corporal acima de 60 quilos e IMC (Índice de Massa Corpórea) igual ou maior que 30 – isso vale tanto para jovens quanto para adultos. 

Relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas Para a Infância) de 2019 revela que um em cada quatro adolescentes brasileiros é considerado obeso (acúmulo excessivo de gordura corporal) ou com sobrepeso (estar acima do peso desejável para uma boa saúde). Uma alimentação com muitos alimentos ultraprocessados e falta de rotina de exercícios pensando nessa faixa etária estão na lista de fatores que levam a essas complicações.

A quarentena motivada pela pandemia da Covid-19 tem feito com que as pessoas passem boa parte do tempo em casa, deixando corridas pelas ruas, atividades nos parques e práticas esportivas em segundo – e até terceiro – plano. Um artigo da Sociedade Brasileira de Pediatria concluiu que o período do isolamento físico pode agravar a obesidade em crianças e adolescentes. Para quem está confinado, a saída é apostar em dieta balanceada e buscar ações dentro de casa, com o uso de medicamentos ficando para situações mais complicadas e que exigem severo acompanhamento médico. 




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