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Empresas do ABC descartam hora-extra
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
05/09/2001 | 00:09
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As indústrias da região buscam medidas para driblar os efeitos negativos da combinação das crises energética e da Argentina, da alta do dólar e da desaceleração da economia mundial. Uma das alternativas encontradas foi a redução das horas-extras, medida freqüentemente utilizada pelas empresas devido o aquecimento tradicional do mercado no segundo semestre do ano. De acordo com pesquisa da Fundação Seade/Dieese, em julho 44,8% dos empregados das indústrias metropolitanas trabalharam em esquema de hora-extra, ultrapassando a jornada mensal máxima de 44 horas semanais. Na comparação com junho, o índice registrou redução de 3,4%.

A Gulliver, de São Caetano, foi uma das empresas do Grande ABC que adotaram medidas para conseguir atingir a meta de consumo de energia. “O segundo semestre do ano corresponde a 70% da produção de brinquedos. Em agosto, começamos a realizar hora-extra para atender a demanda. Neste ano, evitamos o esquema e não temos previsão se iremos retomá-lo”, disse o gerente de vendas Paulo Benzatti. A empresa contratou 20 pessoas e pretende aumentar em mais 15 seu quadro de colaboradores efetivos até o final do ano. Outra alternativa utilizada pela Gulliver foi o planejamento anual da produção, que foi antecipado para se adequar à oferta de energia elétrica.

A Davene, de Diadema, reduziu em 60% a 70% a realização de horas-extras. Segundo Marlon Vital, analista de recursos humanos da empresa, a produção de protetores solares aumenta em média 50% no segundo semestre do ano. A fim de evitar problemas no atendimento dos pedidos, a fabricante de cosméticos remanejou os turnos de trabalho. Vital afirmou ainda que a empresa não tem previsão de retomar as horas-extras.

Já a Valmari, também de Diadema, não tem por hábito o trabalho de mão-de-obra extra. De acordo com o diretor comercial, Silvestre Mendonça Resende, a produção está relacionada à cosmética de tratamento, setor que não tem venda sazonal como a perfumaria. “Nosso aumento de demanda é somente na linha de bronzeadores, em dezembro.” Para isso, a empresa adaptou sua programação de produção e antecipou para setembro o início da fabricação do produto.




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