Política Titulo Mauá
Atila prorroga contrato com a Atlantic, alvo de operação do MP

Convênio com organização responsável pelo hospital de campanha é suspeito de irregluaridade

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
18/07/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


O governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), decidiu prorrogar por mais um mês o contrato com a Atlantic – Transparência e Apoio à Saúde Pública para gerenciar o hospital de campanha do município erguido em abril para atender os pacientes de Covid-19 na cidade. O convênio, de R$ 3,2 milhões, foi alvo de operação da Procuradoria-Geral de Justiça no mês passado por suspeitas de irregularidades.

Ao Diário, Atila afirmou que o governo promoveu nova licitação para a escolha da empresa que seguirá responsável pelo equipamento e que a Atlantic voltou a apresentar o menor valor. “Foram cotadas várias empresas, inclusive a FUABC (Fundação do ABC), que acabou apresentando um preço mais caro”, disse. A FUABC é responsável pela gestão administrativa e clínica dos equipamentos de saúde do município. O prefeito também destacou que a existência do hospital de campanha tem sido reavaliada dia após dia, mas que, por ora, o encerramento das atividades do local está descartado.

“Estamos acompanhando os números da evolução. Hoje, somos um dos municípios do Grande ABC menos vulneráveis à doença. Mas a flexibilização (das restrições ao funcionamento do comércio) fez com que a procura no hospital aumentasse”, disse o prefeito mauaense.

No mês passado, a Procuradoria-Geral de Justiça, com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Civil, deflagrou operação para apurar supostas ilegalidades na celebração do convênio com a Atlantic. Foram feitas buscas e apreensões nos gabinetes e nas casas de Atila e do secretário de Saúde do município, Luis Carlos Casarin. A suspeita é de superfaturamento do contrato, o que Atila nega.

Na ação, os policiais encontraram R$ 19 mil em espécie na residência de Casarin. O dinheiro estava separado em dois envelopes e guardados em dutos de ar-condicionado. O secretário negou ilegalidades, argumentou que a verba é compatível com sua renda e que os valores serviriam para pagar pedreiros que faziam obra em sua casa. O MP de Mauá também investiga o suposto superfaturamento, que tem como base quantias inferiores pagas pela Prefeitura de Santo André para a instalação de um número maior de leitos em hospital de campanha da cidade.

O governo Atila também prorrogou por mais um mês contrato com a Pilar Organizações e Festas, por R$ 195,2 mil, responsável pela locação de tendas para abrigar o hospital de campanha. Porém, apenas os dados do aditivo desse último contrato foram publicados no Diário Oficial do município. O Paço de Mauá não divulgou quanto pagará a mais para a Atlantic para a gestão da unidade por mais um mês. “Todo contrato possui cláusulas para rompimento, no momento, não há essa intenção, tendo em vista que foi renovado por mais um mês, estando válido até o próximo mês, onde será avaliado, de acordo com a evolução da pandemia, a necessidade, ou não, da continuação da operação do hospital”, informou o Paço. 




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