Política Titulo Popularidade em queda
Confiança do eleitor do Grande ABC em Bolsonaro desidrata

Pesquisa mostra que 55,5% não alimentam esperança na gestão; em 2018, adesão ao PSL chegou a 63%

Junior Carvalho
do Diário do Grande ABC
30/09/2019 | 07:00
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Marcelo Camargo/Agência Brasil


A confiança do eleitor do Grande ABC no hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL) desidratou em apenas cinco meses de gestão, indica pesquisa realizada por observatório da USCS (Universidade de São Caetano).

De acordo com o estudo, cujos dados foram coletados em maio, mais da metade do eleitorado da região (55,5%) não alimenta esperanças no governo do ex-deputado. O levantamento revela que a parcela dos que acreditam que a gestão Bolsonaro vai apresentar melhoras para o País “no decorrer do mandato” é minoria: 44,5%. A fatia dos que desacreditam do governo Bolsonaro é divida entre os que acham que “não haverá mudança” (29,4%) e os que acreditam que “vai piorar” (26,1%).

Se comparados os números da pesquisa à confiança depositada nas urnas ao então deputado federal nas eleições de 2018, a adesão do hoje presidente caiu consideravelmente. No segundo turno do pleito do ano passado, Bolsonaro ganhou em todas as sete cidades – fato inédito em eleições presidenciais na região considerada berço político do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em média, Bolsonaro recebeu 63% dos votos no quintal do petismo. O índice dos eleitores do Grande ABC que ainda guardam expectativas no mandato do ex-capitão do Exército também é inferior ao desempenho nacional de Bolsonaro, na disputa contra o então presidenciável Fernando Haddad (PT): 55,15%.

Os dados foram coletados há cerca de quatro meses, ou seja, a pesquisa não chegou a captar o impacto de medidas e falas polêmicas envolvendo o governo e o próprio presidente, como as queimadas na Amazônia, o anúncio de nomeação do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), como embaixador do Brasil nos Estados Unidos e o avanço da tramitação da controversa reforma da Previdência. O levantamento também foi feito antes de declarações de Bolsonaro, como sugerir “fazer cocô dia sim, dia não” para preservar o meio ambiente e dizer que contaria ao presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, como morreu seu pai, Fernando Santa Cruz, que desapareceu durante a ditadura militar (1964-1985).

MORAR NO BRASIL
O estudo também mediu o sentimento do eleitor em continuar residindo no Brasil. Apenas 9% acreditam em melhorias e que sentirão prazer em morar no País. A maior parcela dos entrevistados (35,5%) se disse “desestimulada” .

A pesquisa ouviu 1.871 eleitores de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá e Capital. O levantamento foi publicado na nona edição da Carta de Conjuntura do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano).

Colaborou Flavia Kurotori 




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