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Arafat defenderá Estado palestino na Europa e nos EUA
Por Do Diário do Grande ABC
29/01/1999 | 11:15
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O presidente palestino Yasser Arafat iniciará no próximo domingo uma viagem pela Europa e Estados Unidos para defender sua idéia da criaçao de um Estado palestino em maio próximo, apesar das eleiçoes israelenses previstas para o mesmo mês.

Oficialmente, Arafat espera obter o apoio dos Estados Unidos para a aplicaçao do acordo de Wye Plantation firmado em outubro passado. "A aplicaçao dos acordos é o único ponto na agenda", afirmou o chefe dos negociadores palestinos Saeb Erakat.

O governo israelense de Benjamín Netanyahu suspendeu a aplicaçao do acordo de Wye Plantation quando, em dezembro passado, negou-se a dar sua aprovaçao para a segunda etapa da retirada militar isralense na Cisjordânia.

Netanyahu também pressionou Arafat para que "desista de sua intençao de proclamar unilateralmente um Estado independente com Jerusalém como capital" e que "desista de recorrer ou incitar à violência".

Arafat irá primeiro à conferência econômica internacional de Davos, na Suiça, e depois aos Estados Unidos, onde está convidado para participar em "um café da manha de oraçao" com o presidente Clinton. Nao está prevista nenhuma reuniao oficial com o presidente norte-americano, segundo diplomatas americanos, mas, segundo Erakat, terá uma entrevista informal.

Na quinta-feira, Arafat irá à Alemanha, onde deve participar de uma conferência de países doadores, em Frankfurt. Depois poderá fazer uma escala na França e na Itália, mas os detalhes destas visitas ainda nao foram precisados, segundo responsáveis palestinos.

Segundo um analista palestino, a viagem de Arafat faz parte de uma campanha que visa mobilizar o apoio a uma possível declaraçao de independência de um Estado palestino em 4 de maio próximo, ao final de um período interino de autonomia. Estados Unidos, Europa e Egito exerceram discretas pressoes para que o anúncio de um Estado palestino seja adiado, indicou um diplomata.

Mas Arafat está buscando uma fórmula que lhe permita adiar a data da proclamaçao de um Estado palestino e, ao mesmo tempo, nao prejudicar sua imagem frente aos palestinos.

Segundo um responsável do Centro Palestino de Estudos e Pesquisas, Jalil Shikaki, Arafat, para manter a opçao de 4 de maio, está se dando uma margem de manobra para negociar, em particular, com os europeus.




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