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Teste da ‘orelhinha’ evita surdez
Ana Macchi
Do Diário do Grande ABC
17/02/2001 | 17:48
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Estudos desenvolvidos pelo Ines (Instituto Nacional de Educação de Surdos) afirmam que a precaução ainda é o melhor caminho para evitar problemas auditivos em crianças. Tanto o exame de emissões otoacústicas (que é indolor e determina o grau de deficiência auditiva no recém-nascido) quanto a imunização contra rubéola antes da gravidez podem erradicar o problema, evitando o desenvolvimento de deficiência auditiva.

A fonoaudióloga especialista em audiologia do Ines, Cristina Simonek, afirma que a estatística mundial aponta que, em cada mil crianças, pelo menos três nascem surdas. “Se esses bebês não forem devidamente tratados nos primeiros seis meses de vida poderão também ficar mudos. Nos casos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal a triagem é indispensável, pois a probabilidade de a criança portar a deficiência é ainda maior”, disse.

Segundo ela, casos de meningite bacteriana ou virótica são os maiores causadores de surdez no país. “É obrigatório que a criança faça exames auditivos depois de ter contraído meningite e vacinar crianças pequenas e mulheres em idade fértil contra a rubéola”, disse.

A idéia do Ines é distribuir folhetos nas secretarias de saúde e hospitais do país para alertar médicos e familiares sobre a necessidade de diagnosticar a deficiência a tempo de ser revertida. “Quando uma mãe percebe que seu filho não está ouvindo, provavelmente ela está certa e o teste da orelhinha precisa ser feito na criança. Isso geralmente não é levado em conta pelos médicos que normalmente descartam a hipótese de surdez”, disse a fonoaudióloga Cristina.

Teste – No Grande ABC, são poucos os locais onde o teste é feito rotineiramente. De acordo com o Gatanu (Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal), os hospitais e maternidade Bartira, Brasil (em Santo André), São Caetano, Central (em São Caetano) e Neomater (em São Bernardo), fazem o exame que pode custar entre R$ 35 e R$ 40. “A maioria das pessoas resiste, pois não tem consciência que metade dos casos de deficiência auditiva não possui causa específica. Em geral, incluindo o Grande ABC, a procura é pequena, equivalente a 30% dos partos. Tem também a questão do preço, já que o exame não é feito em hospitais municipais”, afirmou a fonoaudióloga Márcia Pimentel Ravagnani.

Apesar disso, a fonoaudióloga, que é responsável pelos exames otoacústicos dos hospitais São Caetano, Central e Bartira, afirmou que o número de recém-nascidos portadores da deficiência está dentro da média mundial. “A incidência poderia ser menor se os pais considerassem a importância do exame. Quanto antes o problema for diagnosticado, maiores são as chances de recuperação”, finalizou.




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