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Motorista de ônibus afirma que nao provocou acidente
Do Diário do Grande ABC
17/07/1999 | 13:35
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O motorista do ônibus da linha 1505 (Alto dos Pinheiros-Tupi), José Paulino de Souza, garante que nao avançou o sinal vermelho e nao foi responsável pelo acidente que provocou a morte de 9 passageiros e deixou outros 70 feridos, na noite desta sexta, no centro de Belo Horizonte. "Estava verde para mim", afirmou o motorista. "Tentei desviar do carro que me fechou e acabou complicando mais."

Na manha deste sábado, Souza - que na confusao do resgate chegou a ser dado como morto - permanecia internado no Hospital Pronto-Socorro Joao XXIII, com ferimentos leves.

O acidente foi no cruzamento entre a Rua Tupinambás e a Avenida dos Andradas. Para desviar de um Tempra e de uma moto que seguiam pela avenida, o motorista jogou o ônibus para a direita, mas perdeu o controle do veículo, bateu na grade de proteçao da ponte e caiu no Ribeirao Arrudas. O veículo ficou de rodas para cima.

De acordo com a versao do motorista do ônibus, foi o Tempra que avançou o sinal da Avenida dos Andradas. Segundo o motorista do Tempra, o desenhista Ronaldo Melo, o que ocorreu foi exatamente o contrário. Até o fim da manha deste sábado a polícia ainda nao havia informado quando estará pronto o laudo da perícia técnica.

Mortos - Sete dos mortos sao mulheres. De acordo com informaçoes dos médico-legistas, a causa das mortes foi afogamento, nao traumatismos provocados pela queda de cerca de 30 metros. Até o meio-dia, o Instituto Médico Legal (IML) havia identificado e liberado os corpos de Maria da Conceiçao Soares Bacelar, 45 anos; Érica Cristina Eduardo, de 17; Sebastiao Lídio de Almeida, de 50; Ednéia Rocha Brito de Souza, de 20; Eudiléia Lopes Figueiredo, de 40; Clébia Rodrigues Ferreira, de 35; e Wellington Luís de Souza, de 30. A maioria morava no bairro Tupi.

Indenizaçao - A direçao da Viaçao Progresso, dona do ônibus, informou que o veículo transportava passageiros dentro da capacidade permitida, que é de 88 pessoas. O diretor Márcio Moreira garantiu que a emprea vai arcar com todas as despesas de sepultamento, independemente de ser ou nao comprovada a culpa do funcionário. De acordo com ele, a empresa tem seguro para terceiros e todas as vítimas serao indenizadas.

O acidente aconteceu por volta das 19h20 da sexta-feira. O resgate durou quatro horas. Os feridos fora retirados do leito do rio amarrados por cordas. Mais de cem pessoas, entre bombeiros, policiais, médicos, enfermeiros e voluntários, trabalharam na operaçao. Antes mesmo da chegada do socorro, comerciantes da regiao chegaram a pular dentro rio para ajudar os passageiros a saírem do ônibus por janelas e portas.

Depois de uma noite de desespero, nos pronto-socorros para onde foram levados os passageiros, o clima na manha deste sábado era de alívio entre as vítimas já liberadas e seus parentes. "Sou uma mulher de sorte", disse a dona de casa Rosângela Silva, de 33 anos. Ela contou que dormia na hora do acidente e acordou com o barulho. "Estava sentada na porta do meio e consegui sair com facilidade pelo lado raso do rio." Rosângela teve apenas ferimentos leves.




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