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Ela não gosta de política, mas está há 28 anos na Câmara
Por Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
17/03/2007 | 20:11
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“Não tenho encanto pela política.”A frase é da funcionária mais antiga da Câmara de Ribeirão Pires, Maria Ângela Bighetti. Há 28 anos na Casa, a assessora jurídica diz que gosta de sua função, – analisar as propostas e elaborar projetos –, mas prefere não se envolver com as questões políticas discutidas em plenário.

"Faço meu trabalho, que é analisar o aspecto jurídico. O mérito fica para os vereadores discutirem durante a sessão”, diz. A assessora costuma elaborar, em média, seis projetos por semana.

Neste tempo todo de Legislativo – inaugurado em 1955 –, Maria Ângela diz ter visto diversas propostas relevantes serem aprovadas. Mas, para ela, uma em especial se destacou: a ação popular que reduziu a alíquota de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). “Houve a união da população, o que acho muito importante.”

Apesar de considerar a Câmara um local freqüentado por professores (que são funcionários públicos) e ambientalistas, a assessora observa que a participação popular deixa a desejar. “A população poderia conhecer melhor as leis para saber reivindicar seus direitos.”<EM>

Segundo a ex-taquígrafa – primeiro cargo que ocupou no Legislativo de Ribeirão – figuras ilustres costumam freqüentar a Casa. “Inclusive em época de campanha.” Apesar de não gostar de política, Maria Ângela cita como exemplo o ex-governador Mário Covas (PSDB) e o agora deputado federal Paulo Maluf (PP).

PRATA DA CASA - Um dos personagens que mais marcou a memória da funcionária foi o historiador do município Roberto Botacini, já falecido. “Ele estava aqui em toda sessão, cobrava os vereadores. Chegou até a ser expulso do plenário.”

Maria Ângela conta que foi Botacini o autor do requerimento que, em 1978, aposentou a mula Menina, que por 30 anos prestou serviços à Prefeitura de Ribeirão Pires. “Isso foi antes de eu entrar aqui, mas até hoje não há quem não comente o episódio.”

O prefeito à época, Luis Carlos Grecco, aceitou o argumento do historiador. O requerente usou como referência a Lei de Contravenções Penais, que punia quem tratasse qualquer animal com crueldade ao submetê-lo ao trabalho específico. Grecco garantiu alimentação da mula até que o animal faleceu de velhice, nove anos depois de ganhar o benefício.




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