Com o fim das férias, o sono aparece em dobro. É que o corpo está desacostumado com a rotina e fica difícil dormir cedo. Isso pode trazer problemas, pois o descanso é fundamental para o organismo. Durante o sono o hormônio do crescimento é produzido e é também o período em que registramos na memória o que aprendemos durante o dia. Se quer se dar bem na prova, por exemplo, tem de dormir bem. No entanto, há quem mesmo que queira, não consiga ter uma noite tranquila. Confira alguns distúrbios que fazem do sono um verdadeiro pesadelo.

Insônia - Insônia é a dificuldade para dormir. É comum em adultos, mas qualquer pessoa pode ter. Émille de Freitas, 15 anos, de São Bernardo, sofre desse mal. Já ficou quatro noites seguidas sem pegar no sono. "Penso no que vou fazer no outro dia e minha cabeça não para. Quando finalmente consigo dormir, sinto que só tirei um cochilo", conta a garota, que já foi ao médico, mas não recebeu medicação. "Ele disse que sou ativa e que é normal da adolescência." Segundo especialistas, o distúrbio é mais comum em meninas, principalmente após a primeira menstruação. No entanto, um dos motivos para a insônia pode ser o horário irregular. Se dorme tarde, não vai conseguir mudar de uma vez e ir para a cama cedo, o que gera problemas futuros.

Sonambulismo - Kelvin Bueno, 14 anos, de São Bernardo, costuma andar à noite pela casa. Seria normal, se ele não estivesse dormindo. "Uma vez dormi no sofá do meu primo e conversei com ele, depois fui para o quarto. No outro dia não lembrava nada." Esse distúrbio chama-se sonambulismo. É mais comum em crianças, mas também ocorre na adolescência. Em geral, não precisa de tratamento, pois desaparece com o tempo. No entanto, se os casos forem frequentes, tem de tomar medidas de segurança para não acontecer acidentes. Há casos em que é necessário medicamento. Geralmente ocorre quando a pessoa teve dia muito agitado e tem um sono mais pesado. Ela desperta parcialmente, mas não percebe o que está acontecendo.

Falar dormindo - É mais comum do que se imagina falar enquanto dorme, no entanto, é preciso predisposição genética para que isso aconteça. Apesar de estranho, não atrapalha em nada o sono, pelo menos de quem fala. Leoni Souza, 15 anos, de Mauá, dorme como um anjo, desde que não divida o quarto com o falante primo Augusto Meirelles, 17, que veio de Salvador passar as férias com ele. "Dá até medo quando começa a conversar ou quando levanta da cama e fica andando", conta Leoni. Certa noite, a mãe do garoto ficou brava porque pensou que os meninos estavam acordados às 5h, mas era Augusto falando sozinho. "Isso acontece sempre, em todo lugar. Geralmente não percebo, só quando acordo em pé, sentado na cama, dando risada ou chorando", diz Augusto.

Outros problemas - Um distúrbio comum é a síndrome das pernas inquietas. É a vontade de movimentar as pernas para aliviar a sensação desagradável nos membros inferiores. O sintoma ocorre antes de dormir e pode causar insônia. O tratamento é à base de remédio, por isso, deve-se procurar o médico. Também existe o bruxismo, distúrbio caracterizado pelo ranger ou apertar de dentes. A força que faz dá dor no rosto, dor de cabeça, desconforto muscular ao morder e desgaste do dente. Geralmente, o dentista percebe o problema. Já quem ronca alto deve ficar atento à apneia obstrutiva do sono. Esse distúrbio interrompe a respiração e leva à queda do oxigênio no corpo. A obesidade é um fator que agrava a doença. Quem tem geralmente ronca alto e sente muito sono durante o dia. Pode ter alterações de memória e raciocínio.