O secretário de Justiça do Estados Unidos, John Ashcroft, defendeu a aprovação pelo Congresso de um pacote de medidas que autorizem a restrição dos direitos civis em nome do combate ao terrorismo. Durante palestra no Congresso, nesta segunda-feira, Ashcroft alegou que o governo está combatendo o terrorismo com "armas antigas" e que as leis não acompanham os avanços tecnológicos, o que estaria restringindo as ações dos agentes federais.

Ashcroft pediu que os agentes de segurança tenham seus poderes de vigilância expandidos e as autoridades dos EUA, menos restrições para deter ou deportar suspeitos de participação em atos terroristas. O secretário quer um relaxamento nas restrições impostas ao uso de escutas telefônicas e aos mandados de busca.

O pacote de Ashcroft, chamado de 'lei de mobilização contra o terrorismo', prevê ainda o pagamento de recompensas para quem der informações sobre suspeitos de participação em atentados, a autorização para que estrangeiros sejam investigados dentro dos EUA por até um ano e a expedição de mandados de prisão para suspeitos de ameaçar a segurança nacional americana.

"O terrorismo é um perigo claro e presente para os Estados Unidos hoje", argumentou Ashcroft. "Informações de inteligência disponíveis ao FBI indicam um potencial para novos incidentes terroristas", afirmou.

As propostas de Ashcroft têm boa repercussão entre os Republicanos do Congresso mas desagrada a membros da bancada Democrata, assim como entidades defensoras dos Direitos Civis. "Nós temos de pegar esses caras (os terroristas). Mas detenção indefinida nunca foi permitida pelas cortes", argumentou o senador democrata John Conyers.