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Brasil mostra sua cara
Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
15/06/2010 | 07:01
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Desconfiança quanto às condições de dois ou três titulares, especialmente do volante Felipe Melo e do lateral Michel Bastos, além do meia Kaká, que ainda não estaria bem fisicamente. Enfim, sobram estímulos capazes de recriar o cenário mais adequado à estreia dos favoritos brasileiros diante da Coréia do Norte, às 15h30 de hoje (horário de Brasília), no Estádio Ellis Park, em Joanesburgo.

As polêmicas não têm fim. A mais picante é a surpresa da Fifa à decisão do técnico Dunga de fechar os treinamentos (leia ao lado). Na véspera do confronto, a CBF precisou abrir os trabalhos leves de reconhecimento do gramado, mas isso é uma exigência contida no caderno da entidade internacional.

Tanto Dunga quanto alguns líderes do elenco pregam a união do grupo, mas as evidências repassam, no mínimo, algo de estranho no ambiente. O cerceamento chegou a tal ponto que - à exceção de ontem ou das raras entrevistas obrigatórias - nunca são permitidas nem as imagens espontâneas dos bastidores da Seleção.

Em nome da privacidade individual - e para que não aconteçam interferências emocionais - os atletas não puderam levar parentes ou familiares mais diretos à Africa do Sul. Portanto, não faltaram atitudes preventivas para que o hexa fique, sabe-se lá, nos pés dos respeitáveis donos da bola.

Apesar de tudo - e de tantos debates desencontrados -, o líder do batalhão canarinho reassume o desafio devidamente credenciado pelos troféus conquistados na Copa América e na Copa das Confederações, além de classificar ao Mundial - como já se esperava - a equipe do goleiro Júlio César, do capitão Lúcio, do badalado Robinho e do artilheiro Luís Fabiano. Sem falar no indiscutível talento de Kaká, um dos pontos de interrogação nos itens físico e clínico das nem sempre claras avaliações dos respectivos departamentos responsáveis para repassar as verdades ou guardar os mistérios envolvidos nos relatórios.

Também entram em cena os coadjuvantes Juan, Maicon, Gilberto Silva, Michel Bastos, Felipe Melo e Elano.

Assim, Dunga cumpriu a promessa de recompensar a maioria dos personagens que o acompanham desde o início de uma imprevisível trajetória. Seja lá o que for, ele assume o ônus de quem pode retornar como herói capaz de matar ou morrer na mais importante batalha esportiva do planeta. Ou, quem sabe, refém dos aparentes gestos de teimosia.

Indiferentes às negadas intrigas ou à suposta cumplicidade no meio da Família Dunga, as pessoas - homens, mulheres e crianças - começam a desenrolar hoje as bandeiras em verde-amarelo nas arquibancadas ocupadas pelas barulhentas vuvuzelas, na frente do telões ou atrás dos televisores para torcer intensamente pela vitória do País do Rei Pelé. Ou da terra do samba e do Carnaval.




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