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Terceiro nome racha PMDB de Santo André
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
17/02/2008 | 07:01
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O surgimento de um terceiro nome peemedebista à sucessão em Santo André detonou crise interna no PMDB. O presidente do partido e único pré-candidato antes do início do ano, vereador Sargento Juliano, disparou contra concorrentes internos e afirmou que se não fosse por ele e pelo vereador José de Araújo, segundo vice-presidente da legenda, o “partido não seria nada”.

“Se não estivéssemos falando a mesma língua, defendendo o PMDB e votando com a administração, o partido não teria e não seria nada. Embora seja direito de qualquer filiado lançar o nome internamente, não podemos tomar atitudes que atrapalhem as pretensões do partido”, afirma Juliano, reclamando das pré-candidaturas do engenheiro Edgard Brandão (assessor especial da presidência da Infraero) e do empresário Carlos Alberto Marcilio (primeiro vice-presidente do diretório municipal).

Para Juliano – um dos favoritos a ser o vice do petista Vanderlei Siraque para o pleito deste ano –, alguns filiados têm tentado “atrapalhar o crescimento” do PMDB. “Verdade tem de ser dita. Quando a gente tenta unir o partido e fazer o melhor para ele, vem alguém contra. Por isso que, nos últimos anos, o PMDB de Santo André tem caído cada vez mais. Você tenta fazer um trabalho para elevar a representatividade da legenda e, de repente, é pego de surpresa com situações e atitudes que não levam a nada”, afirma.

O peemedebista rebateu as declarações de Marcilio, o qual recentemente disparou críticas contra a gestão atual do PMDB dizendo que “faltava abertura e transparência” por parte dos vereadores. Marcilio chegou a afirmar que Juliano entrou no partido “pelas portas do fundo”.

Edgard Brandão aumentou o coro contra a atual direção, nas mãos dos parlamentares. “Essas pessoas representam a atual executiva e não a sigla. Fazem uma administração individual, fechada, e não coletiva, com a participação dos filiados. Na minha opinião, essa é uma posição retrógrada, contra a orientação da executiva estadual.”

Ao contrário de Juliano, ele avalia ser positivo o aparecimento de uma terceira pré-candidatura. “É muito importante. Gostaria até que tivessem sete ou oito nomes. Além disso, se o vice-presidente não pode ser pré-candidato, então não entendo mais nada”, lamentou.

RESPOSTA

“Essas pessoas nunca fizeram nada pelo bem e fortalecimento da legenda. Em 2004, por exemplo, o Marcilio defendeu a intervenção que rachou o partido, trabalhando contra o PT. Depois, quis procurar o prefeito para falar sobre a possibilidade de o PMDB estar junto na administração. Posso até ter entrado pelas portas do fundo, mas levo o nome do PMDB há muito tempo. Faço um bom trabalho e acredito que a minha votação (segunda maior em 2004) diz tudo”, disparou Juliano.

José de Araújo tentou minimizar os problemas. Para isso, rechaçou que ele e Juliano sejam os únicos responsáveis pelo fortalecimento do PMDB. “Temos um diretório organizado, com militantes e candidatos que participam do processo. Não concordo com essa avaliação porque todos têm a sua importância. Qualquer filiado tem o direito de lançar nome. Cabe ao partido avaliar o melhor.”




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