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Ganho com aluguel não atinge esperado
Gabriela Gasparin
Especial para o Diário
01/10/2007 | 07:05
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O segmento de locação no Grande ABC não está nos seus melhores dias. Empresários do setor sofrem com a escassez de ofertas a preços populares diante da alta demanda pelo padrão. Também há dificuldades na hora de aumentar o valor dos aluguéis. Isso significa que o cenário torna-se desfavorável para a compra de imóveis como investimento.

Segundo Antônio Lemos, que possui uma imobiliária em São Bernardo há 30 anos, o objetivo de rendimentos para quem aluga um imóvel sempre foi de 1% do valor total, o que dificilmente acontece. “Até 0,8% ainda é um bom negócio. Hoje em dia, quando muito, os negócios são fechados em torno de 0,5%”, disse. Os rendimentos com a aplicação na poupança, por exemplo, são de 0,7%.

Lemos revela que a procura por locações a preços populares é grande, mas é difícil encontrar ofertas. “Quando o preço está bom, há briga entre os clientes. A procura é de cerca de quatro interessados por imóvel”, revelou.

A mesma opinião tem José Cândido Santana Filho, que possui uma imobiliária em Santo André há 10 anos e também aluga imóveis. “Se temos um bem, o ideal é que ele seja fonte de renda. Do jeito que está, é mais fácil vender o imóvel e aplicar.”

Segundo ele, é difícil conseguir aumentar o valor do aluguel até mesmo com as pequenas altas do IGP-M (índice Geral de Preços do Mercado), que baliza os aumentos no setor e está em 4,63% na variação dos últimos 12 meses. “Às vezes a gente dá graças a Deus quando um inquilino sai, porque dá para colocar o preço um pouco mais acima.”

Perfil - O economista Andrew Storfer, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), revela que o investimento em imóveis é perfil de pessoas mais conservadoras, que preferem ter um patrimônio como garantia.

“A gente tem de levar em conta que quem aluga não só recebe um valor correspondente ao mês como conta com a valorização do imóvel”, diz.

No entanto, ele ressalta que uma possível desvalorização também pode vir a acontecer. “A partir do momento em que se opta por alugar, há os gastos com reformas”. De acordo com Storcer, também é importante se atentar se a região do imóvel se valoriza ou não.

“Quem tinha apartamentos ou casas na Avenida Industrial, em Santo André, há muito tempo, se deu bem”. Os preços por lá cresceram bastante por causa do centro comercial criado ao redor da via, de acordo com Storfer. O economista revela que o ideal é ser empreendedor. “Se local se desvalorizar, dá para vender e comprar algo em outra região.”




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