Setecidades Titulo Acidente
Teleféricos no Brasil são ultrapassados, diz fabricante

Atração turística do Parque Estoril, em São Bernardo, foi construída na década de 1970

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
15/01/2014 | 07:00
Compartilhar notícia


Os teleféricos utilizados no Brasil apresentam tecnologia obsoleta em relação aos dispositivos do Exterior. A afirmação é de Irineu Migliorini, proprietário da empresa que reformou o equipamento do Parque Estoril, em São Bernardo. Mecanismos mais sofisticados podem facilitar o resgate em caso de paralisação. De acordo com o fabricante, os sistemas no País têm média de 30 anos de uso.

O brinquedo do parque no bairro Riacho Grande foi construído na metade da década de 1970. Em 1996, foi fechado devido à falta de manutenção, sendo reaberto 15 anos depois, quando passou por processo de revitalização que custou R$ 1,3 milhão. No sábado, a circulação foi paralisada após a queda de um raio que, segundo a Prefeitura, atingiu o painel de controle. Seis pessoas tiveram de esperar quase três horas pelo resgate.

Conforme Migliorini, está sendo desenvolvida tecnologia para remoção emergencial dos passageiros, sem que haja necessidade de retorno à base. “Se dá problema, o sistema é acionado e a cadeira desce com segurança até o chão. Funciona por meio de tubo pneumático”, explica. Ele afirma que o modelo é semelhante ao aplicado nos caminhões do tipo Munck – equipamento hidráulico utilizado para o transporte de materiais pesados. Migliorini acrescenta que, apesar de o mecanismo ser novidade, é possível aplicá-lo em teleféricos antigos. Sem precisar valor, o empresário afirma que a tecnologia “não é cara”. Ele salienta que não seria possível criar método para retirada manual, como uma manivela. “O peso é muito forte. Pode chegar a 20 toneladas.”

Os dispositivos mais modernos, aponta o especialista, também têm melhor tração e podem ter cabines duplas e até com capacidade para grupos de quatro ou seis pessoas. “Fica mais seguro para quem tem filhos pequenos, pois evita que a criança precise ir sozinha ou tenha que fazer o percurso no colo do responsável.”

Sobre o acidente de sábado, Migliorini preferiu não comentar. “Nós fizemos a reforma e entregamos há três anos. Desde então, outra empresa cuida da operação e da manutenção.” Ele considera, entretanto, que o brinquedo deveria ter sido evacuado após os primeiros sinais de tempestade.

Na segunda-feira, o Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) enviou ofício à Prefeitura de São Bernardo questionando se o teleférico era supervisionado por responsável técnico, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O Diário procurou o Executivo, que se limitou a repetir a informação de que o equipamento ficará interditado por período entre 30 a 45 dias para investigação. A responsável pela operação no parque não se manifestou. A empresa gestora é a Água das Rochas Ltda, razão social da Estância Alto da Serra. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;