O primeiro-ministro do Iraque, Nuri Al Maliki, afirmou nesta sexta-feira que o governo pedirá aos Estados Unidos os arquivos da investigação sobre as acusações de que fuzileiros norte-americanos teriam matado 24 civis iraquianos em Haditha, em novembro do ano passado.

"Espero que ela (a investigação norte-americana) seja justa, para o bem de todas as vítimas", disse o político xiita cujo governo de unidade nacional tomou posse 13 dias atrás.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu na quinta-feira a realização de uma investigação independente e profunda sobre o incidente que alguns estão comparando ao massacre de My Lai, em 1968, no Vietnã.

Autoridades da área de defesa americana disseram que acusações formais de assassinato só poderão ser feitas depois de concluída a investigação.

Maliki, que disse estar perdendo a paciência com os relatos sobre o assassinato de civis iraquianos, chamou o suposto massacre de um "terrível crime".

Versão - As autoridades americanas afirmam que enviaram tropas à Haditha para verificar uma denúncia de que um terrorista da Al Qaeda estaria visitando uma casa na cidade.

Ainda segundo a versão americana, eles cercaram o local e enfrentaram resistência. No confronto, o prédio atacado acabou desabando e matando quatro pessoas - o suspeito terrorista, duas mulheres e uma criança.

No entanto, o relatório da polícia iraquiana que investigou o incidente acusa as tropas dos Estados Unidos de terem matado deliberadamente 11 pessoas que estavam na casa, incluindo cinco crianças e quatro mulheres.