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Sensação de alívio domina funcionários da Chevron Oronite
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
10/07/2005 | 09:55
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Alegria, euforia e muita disposição para trabalhar. Assim era o clima sexta-feira entre os 127 funcionários da única fábrica da Chevron Oronite Company no Brasil, situada no pólo petroquímico de Mauá, depois do anúncio da multinacional de voltar atrás na decisão de fechar a unidade. Passada a ameaça de demissões, os trabalhadores voltaram a fazer planos. Alguns pensam em incrementar o sustento da família. Outros querem investir na qualificação profissional.

Expressões de bom humor estampavam os rostos dos empregados, tanto do setor de produção quanto da área administrativa. Os funcionários voltaram a marcar confraternizações e partidas de futebol, freqüentes antes de 18 de janeiro, quando o grupo anunciou o fechamento da unidade.

Mais de seis meses depois da notícia, a multinacional informou que manterá a produção no país, em razão de um aumento da demanda de seus produtos no mercado latino-americano. A Chevron Oronite fabrica aditivos para óleos lubrificantes e combustíveis.

A definição de continuar com as atividades no Brasil foi tomada na segunda-feira, na matriz nos Estados Unidos. No entanto o anúncio oficial aconteceu na última quinta-feira, por meio de um comunicado expedido pela empresa. A fábrica brasileira produz cerca de 30 mil toneladas do produto por ano.

Há 20 anos na Chevron, Clifton Stanley Thon Júnior, 44 anos, pretende ingressar na faculdade e garantir o mesmo tipo de estudo para a filha de 17 anos. São planos bem diferentes de quando ele vivenciava o clima de tensão e de risco de perda do emprego. "Quando a notícia chegou (a de fechamento da fábrica), foi um susto. Pensava na minha família e como seria a minha vida profissional. Mas graças a Deus isso já passou."

Clifton disse que não procurou outro emprego no período, porque havia se comprometido a ficar até o encerramento das atividades. "Não me arrependi de cumprir essa promessa. Tanto que fui premiado com a notícia de a fábrica continuar funcionando."

O mesmo objetivo de voltar a estudar tem o funcionário Edio Porto Bezerra, 24 anos. Ele afirmou que estaria "perdido" se ficasse desempregado porque não conhece a realidade de outras empresas. Bezerra iniciou a carreira profissional com 13 anos na Chevron e nunca mais saiu da fábrica. "Tudo fora daqui seria novidade. Cheguei a procurar outro emprego aqui no pólo mas eu não sabia o que fazer. Preferi esperar um pouco mais e tudo deu certo."

O funcionário do setor de planejamento de produção Fernando Ferreira, 36 anos, evitou fazer compras com crediário e ter gastos excessivos durante o período de ameaças e incertezas. O jeito era pagar todos os carnês para se preparar para enfrentar o fantasma do desemprego. "É um alívio receber essa notícia. Quando minha esposa ficou sabendo, a ordem dela era não desperdiçar dinheiro. Agora, a situação mudou."

Passado o clima de angústia e apreensão, o diretor-presidente da Chevron Oronite no Brasil, Aldair Colombo, elogiou a atitude dos funcionários. "Em nenhum momento, eles nos decepcionaram por causa desse problema. Sempre foram leais nesses seis meses."




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