Depois de seis vitórias em treze corridas, quatro brasileiros estao entre os dez primeiros da classificaçao geral. Um desempenho que dá pelo menos para sonhar com mais um pódio todo em verde-amarelo. E quem sabe com um campeonato.

Roberto Pupo Moreno, da Patrick Racing, conquistou a primeira vitória, no GP de Cleveland em julho, depois de sete anos correndo na modalidade. Em 3º lugar na classificaçao geral, com 100 pontos, Moreno ainda acha cedo para apostar em um título brasileiro. ``Seria subestimar o potencial dos outros pilotos. Ainda temos muitos pontos pela frente', diz Moreno.

Moreno tem uma explicaçao bem simples para o atual sucesso dos brasileiros na Indy. ``É a primeira vez que estamos em equipes com condiçoes de vencer. E correndo em um dos campeonatos mais competitivos de todos os tempos', explica. Mesmo sem apostar em favoritos, Moreno diz que a equipe Penske, dos brasileiros Gil de Ferran (2º colocado com 106 pontos) e Hélio Castro-Neves (em 8º, com 77), está em vantagem. ``Amanha (domingo), a maior chance é dos dois. Mas, ainda dá tempo para as outras equipes recuperarem as desvantagens técnicas.'

Uma desvantagem que Moreno espera recuperar a partir deste sábado, em Elkhart Lake. ``Na Indy, temos que ter bons resultados em todas as provas, estar no auge sempre. Testamos os carros neste circuito e fomos bem. Até o final do ano, temos chances de recuperaçao.' O piloto diz que está na briga pelo título da temporada, mas já pensa no ano que vem. ``Sei que tenho desvantagem em relaçao a pilotos como o Gil e o Andretti, que estao em equipes fortes há mais tempo. Quero o título, mas já estou trabalhando para o próximo ano.'

O trabalho deverá ser realizado a longo prazo, e nao apenas por Moreno. ``Esta é a temporada dos brasileiros se firmarem na categoria. Nao sei se o título será nosso, mas estamos conquistando um espaço importante com estas vitórias', diz Tony Kanaan, da Hollywood/Mo Nunn, que também espera subir no pódio nesta temporada. ``Também quero entrar no grupo dos vencedores.'

A bandeira verde-amarela nao sai do pódio, mas também tremula na última fila. Luiz Garcia Jr., da equipe Arciero-Project Racing, torce e assiste de longe os compatriotas vencerem e exibirem a bandeira brasileira. ``Nunca torci tanto pela vitória do Moreno como em Cleveland. Meu carro quebrou e fiquei lá, torcendo por ele', diz Luiz Garcia Jr., 29 anos.

Apesar de ser o 25º na classificaçao geral (atrás dele há apenas três pilotos), Luiz está satisfeito com a primeira temporada na Indy. ``Estou em uma equipe formada um mês antes da primeira corrida, com orçamento limitado e até hoje sem carro reserva. Mesmo assim, tem sido excelente. Estou conhecendo todas as pistas do circuito e aprendendo muito', justifica. A experiência já lhe rendeu três convites, um deles para continuar na Arciero ano que vem.