Setecidades Titulo Crime em Santo André
Brasil deve cobrar explicações sobre soltura de empresário

Para especialista, juiz argentino não poderia liberar acusado de matar morador de rua

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
01/10/2019 | 07:00
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Divulgação


 Os ministérios da Justiça e o de Relações Exteriores (Itamaraty) devem cobrar da Justiça argentina explicações sobre a liberação, após prisão, do empresário brasileiro Marcelo Pereira Aguiar, 36 anos, detido em Passo de Los Libres, na Argentina, na última terça-feira, e solto na quinta-feira. Aguiar está foragido após ser indiciado pelo assassinato do morador de rua Sebastisão Lopes dos Santos, em Santo André, em maio. A avaliação é do professor de direito constitucional e penal Carlos Roberto Vissechi.

Na opinião do docente, uma vez que existem tratados de cooperação entre os dois países, o juiz argentino que o liberou deveria ter tido mais cautela. Segundo reportagem, em sua decisão de soltura, o juiz federal argentino Gustavo Fresneda argumentou que o empresário foi liberado por não haver pedido de captura internacional. 

O TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo informou que o pedido de inclusão de Aguiar no sistema de difusão vermelha da Interpol, lista internacional de procurados, foi feito na quinta-feira, mesma data em que o empresário foi solto. “Ainda que não houvesse o pedido de captura internacional, o que julgo pouco provável, não é prudente que um acusado de assassinato seja solto dessa forma, sabendo-se que era procurado no Brasil”, argumentou.

A especialista em direito penal do escritório Posocco & Advogados Associados, Denise Lago, explicou que, no momento da expedição do mandado de prisão, o juiz deve mencionar a difusão vermelha, para que o mandado possa ser cumprido por qualquer país que tenha acordo internacional sobre o tema. “Logo, o mandado é enviado pela Polícia Federal à Interpol”, detalhou. Defensor da família de Santos, Ademar Gomes afirmou que aguarda que o empresário seja novamente capturado, e que se isso ocorrer no Exterior, que seja extraditado.

Questionado, o Itamaraty alegou que o caso está sendo tratado pelo Ministério da Justiça. A pasta, por sua vez, afirmou que a Interpol, no Brasil, é representada pela Polícia Federal e que o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) não se manifesta sobre casos específicos. A PF disse que não tem informações sobre o caso.




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