Os metroviários decidiram não realizar uma nova greve nesta quarta-feira, como o Sindicato dos Metroviários de São Paulo ameaçava há uma semana. O governo estadual irá readmitir três dos cinco dirigentes sindicais desligados da empresa após a paralisação das operações do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) por uma hora e meia em protesto à Emenda 3, que ocorreu há um mês.

Em assembléia realizada na noite de terça-feira, a classe decidiu manter as atividades normalmente e suspender temporariamente a greve por conta dos sindicalistas demitidos. Mas poderá haver paralisações caso a proposta salarial não seja aceita pelo governo.

A primeira proposta do governo do Estado de São Paulo era de reintegrar apenas dois sindicalistas. No entanto, após as ameaças de greve, foi acordado que três retornarão aos seus postos de trabalho e dois ficarão afastados para apuração de falta grave.

Para o diretor de comunicação do sindicato, Manuel Xavier Lemos Filho, o acordo é favorável aos metroviários. “A categoria entendeu que a proposta é boa. Os outros dois casos irão a julgamento e não tenho dúvidas que serão reintegrados. Até porque, no julgamento, o Metrô ficará enfraquecido por já ter reintegrado três outros dirigentes”, afirma.

Outra discussão da categoria é a campanha salarial, que ainda não obteve avanços até o momento. A reivindicação para os salários é a correção da inflação (3%) e mais 9,98%, índice obtido por conta do aumento de demanda de trabalho nos últimos anos. Segundo Xavier, há uma defasagem no quadro de trabalhadores de 30%.