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Impulso na Educação

Sexta-feira foi um dia de entusiasmo na educação pública em São Paulo. O governo fez convocação à melhoria do ensino e pediu a participação da socieda

Por Wilson Marini
05/12/2011 | 00:00
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Sexta-feira foi um dia de entusiasmo na educação pública em São Paulo. O governo fez convocação à melhoria do ensino e pediu a participação da sociedade. O Estado não quer abrir mão de seu papel na Educação. Mas quer formar uma teia de apoios que não criou nas décadas de isolamento em que a educação formal pública se tornou burocrática, afastou-se demais da realidade e perdeu o compasso das mudanças. Isso é o reconhecimento de que precisa resgatar os bons tempos em que ensino público era sinônimo de qualidade. Era época, como dizem os mais antigos, em que se acertava o relógio pela passagem do trem. Quando não foi mais possível acertar o próprio trem pelo relógio, as novas tecnologias criaram novos meios de transporte. Assim foi na Educação. Não é possível resgatar os antigos padrões, nem seria necessário, porque os tempos outros, bem como os alunos, os professores e sobretudo, as necessidades. Mas do jeito que está não pode continuar. E antes que seja decretada a falência, é preciso acreditar na viabilidade de dar volta por cima. É o esforço concentrado da política educacional do governo de São Paulo.

Em relação à qualidade e confiabilidade o Estado perdeu a corrida para o ensino privado e isso não interessa à sociedade e nem à própria iniciativa privada. Porque a Educação é um bem comum e se ela vai mal na esfera pública, o organismo como um todo sofre as deficiências. A começar, por exemplo, da formação da mão-de-obra qualificada, diretamente associada à Educação.

Qualidade

Ciente de todos esses desafios, o governo do Estado celebrou o engajamento da sociedade no projeto de Educação em evento no Teatro Sérgio Cardoso, na região central da capital. O governador Alckmin disse que é hora de "dar às crianças e aos jovens do Estado uma Educação à altura dos padrões internacionais" e que o desafio é "de todos os paulistas".

O secretário da Educação, Herman Voorwald, fez um apelo. "Em todos os países em que o ensino teve grandes avanços, foi essencial o envolvimento de toda a sociedade, com famílias acompanhando o desempenho de seus filhos, o trabalho de suas escolas e também as ações governamentais". Ele se referia também ao apoio da iniciativa privada, de associações civis e de todos os setores à essa mobilização.

Não é apenas discurso. Diversas organizações e instituições anunciaram parcerias concretas. Vale citá-las como exemplos: Instituto Natura, Fundação Victor Civita, Fundação Lemann, Instituto Unibanco, Comunidade Educativa Cedac, Instituto Hedging-Griffo, Fundação Itaú Social, Tellus, Parceiros da Educação, Fundação Educar DPaschoal, Fundação Bradesco, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Instituto Península, Fundação Arymax e consultoria internacional McKinsey & Company.

Escolas

O Estado identificou 1.206 escolas prioritárias. E por que são prioritárias? Porque há desigualdade de aprendizado em relação às demais. São escolas, 1.206 ao todo, de maior vulnerabilidade, tanto no aspecto socioeconômico, como nos de infraestrutura e de aprendizagem, entre eles o Saresp 2010, índice oficial de avaliação de desempenho. A Secretaria de Educação anunciou que no primeiro semestre de 2012 serão investidos R$ 178 milhões em reformas e melhorias em 400 escolas do Estado consideradas prioritárias, sendo 167 delas no Interior paulista. Parece um bom dinheiro, mas não dá para reformar uma escola por município na média. O que os prefeitos têm a dizer sobre isso? Se cada um puxar a brasa para si, não haverá recursos para todos. O correto seria aumentar o bolo do investimento. Mas não há dinheiro sobrando. A solução é a criatividade. E as parcerias. E, de novo, o que a sociedade mobilizada pode fazer? Costurar tudo isso faz parte do papel mobilizador do Estado. É o espírito que se tentou criar no evento de sexta-feira. Os frutos, se vingarem, aparecerão depois.

Residência

Nas chamadas escolas prioritárias, uma inovação será a residência educacional, um tipo de estágio para universitários com o objetivo de fortalecer os cursos de licenciatura e colaborar no enfrentamento da baixa aprendizagem das escolas estaduais. De início, serão atendidas 254 escolas. O estudante universitário participante da residência terá bolsa (cerca de R$ 500) e auxílio-transporte. Firmaram parceria as instituições de ensino superior PUC-SP, Mackenzie, Ufscar, Universidade Federal do ABC e Unifesp (campus de Guarulhos).

Tabagismo

Em sessão extraordinária na quarta-feira, os deputados aprovaram projeto de lei que proíbe a exposição de embalagens de cigarros em padarias, bares, lanchonetes e bancas de jornais e revistas. O projeto tramitava desde fevereiro na Assembleia. "A exposição, em chamativos e sofisticados displays, que são verdadeiras peças de propaganda, influencia a compra, principalmente entre os adolescentes", afirma Donisete Braga (PT-Mauá), autor do projeto.




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