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Chávez pede paz após tiroteio e mortes em Caracas
Do Diário OnLine
Com Agências
07/12/2002 | 13:48
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A crise política na Venezuela se agravou na noite de sexta-feira quando um grupo de homens armados abriu fogo contra manifestantes contrários ao presidente Hugo Chávez que se reuniam na Praça Altamira, território da oposição no Leste de Caracas. O tiroteio resultou na morte de três pessoas. Sete pessoas foram presas e uma delas assumiu a autoria dos disparos.

Neste sábado, no sexto dia da greve geral que paralisa a Venezuela, Chávez manifestou pesar pelas mortes e pediu calma à população, declarando-se disposto a dialogar com a oposição. "Fazemos um apelo à paz, à ponderação, tanto aos que me atacam quanto aos que me apóiam. Façamos um exercício de boa reflexão", conclamou.

Aproveitando a entrevista à imprensa, o presidente disse que a greve geral "oculta uma conspiração relacionada ao petróleo", que tem "o mesmo formato" do golpe de Estado de abril passado, quando foi derrubado do cargo por 48 horas. Ele garantiu, entretanto, que seu governo está tomando todas as medidas cabíveis para assegurar o cumprimento dos contratos com os países compradores de petróleo, entre eles os Estados Unidos.

Depois do tiroteio na Praça Altamira, o secretário-geral da OEA, César Gaviria, convocou uma reunião entre o governo e a oposição. Ambas as partes confirmaram sua participação, mas uma hora e meia depois do horário fixado para o início das negociações, os delegados do governo não haviam apresentado-se.

O general Enrique Medina, líder dos militares rebeldes, acusou diretamente a administração Chávez como responsável pela matança e convocou os militares em seus quartéis a se pronunciar sobre "um governo assassino". "O que vimos na noite de ontem (sexta-feira) foi um massacre brutal", protestou.

O presidente da Confederação de Trabalhadores da Venezuela (CTV), Carlos Ortega, afirmou que o país está "nas mãos de um demente, um criminoso, um assassino", referindo-se a Chávez.

Já o vice-presidente José Vicente Rangel condenou o tiroteio e afirmou que o governo vai investigar a fundo a responsabilidade dos fatos. "Temos um interesse muito maior do que a oposição que os fatos sejam investigados", enfatizou. "Estamos dispostos a recorrer à mesa de negociações para discutir qualquer tema, o da violência e de uma solução eleitoral para a crise", acrescentou.




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