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José Bové vai para a prisão de trator
Por Das Agências
19/06/2002 | 10:05
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Ao volante de um trator e seguido por uma caravana de simpatizantes, o líder antiglobalização francês José Bové se dirigia em cortejo para sua prisão nesta quarta-feira. Bové vai cumprir pena de três meses por ter destruído as instalações de um McDonald's em construção.

José Bové, um dirigente sindical conhecido mundialmente, se instalou em um trator para percorrer cerca de 100 quilômetros entre sua casa, ao sul da França, e a prisão de Villeneuve-les-Maguelone, onde era esperado ao meio-dia.

Duas motoclicletas do corpo de soldados franceses e um carro policial acompanharam a caravana de uma dezena de tratores, rodeada por um grande número de fotógrafos e cinegrafistas e seguida a distância por um esquadrão do batalhão de choque da polícia.

O carismático José Bové, de 48 anos, pastor de Larzac (sul), onde aconteceram as grandes lutas antimilitaristas dos anos 70, conhecido por sua franqueza, seus grandes bigodes e seu cachimbo, é o co-fundador da Confederação Camponesa, muito ativa no movimento antiglobalização.

Bové denunciou mais uma vez a decisão da justiça que o condena a três meses de prisão por ter destruído em 1999 as primeiras instalações de uma obra de construção de um restaurante McDonald's em Millau. Bové fez isso para protestar contra as restrições americanas à importação de produtos agrícolas franceses.

"Três anos depois de ter destruído o McDonald's de Millau, a Europa continua sendo condenada por ter rejeitado a carne com hormônio dos Estados Unidos", disse, acrescentando que "é o conjunto da Confederação Camponesa e do movimento cidadão que vai hoje para a prisão".

A execução da condenação havia sido prorrogada durante a campanha presidencial e legislativa. O fiscal da Corte de Apelação do Montpellier justificou o fato dizendo "não querer contaminar" o debate político.

A ordem de prisão acontece três dias depois da vitória da direita francesa no segundo turno das eleições legislativas.




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