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Vendas de bicicletas na região crescem menos
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
21/09/2010 | 06:03
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A falta de mais opções de bicicletários, ciclovias e ciclofaixas no Grande ABC faz com que a região tenha procura por bicicletas bem menor do que a média nacional. Com a proximidade do Dia Mundial sem Carro - comemorado amanhã - pesquisa aponta que no Brasil a venda do item cresceu 22%, enquanto na região, a busca segue remota.

"Diadema não tem topografia favorável, mas Grande abc é uma região que precisa de ciclovias para o transporte, não para o fim de semana. É preciso de ciclofaixas, de políticas e educação de trânsito para respeito do motorista aos ciclistas na região", avalia Maricy Caloi Stinchi, gerente da categoria de bikes da Centauro, autora da pesquisa.

Na região, a organização possui três lojas, mas afirma que a falta de políticas públicas para instalação de ciclovias atrapalha o desempenho das vendas. "Hoje, a bicicleta não é mais questão de lazer, é opção de transporte para o Grande ABC. A Capital foi uma das últimas cidades a aderir aos bicletários e ciclofaixas, mas a abertura desses espaços no metrô e nos trens animou muito os consumidores."

O Grande ABC possui apenas três bicicletários: um em Mauá, junto à estação da CPTM, um em Santo André e outro em São Bernardo.

Gerente da loja Decathlon de São Bernado, Ricardo Baisso também reclama da falta de incentivo para construções de ciclofaixas. "As lojas da rede na baixada Santista, onde existem esses espaços, é muito maior. O movimento aqui na região é baixo por falta desse investimento. Há interesse, mas as pessoas não possuem muita opção de locomoção com as bicicletas por aqui."

MEIO DE TRANSPORTE
A vida moderna e corrida e o trânsito caótico são os motivos para que as pessoas optem pela bicicleta como meio de locomoção. Para isso, a tecnologia empregada nos itens é cada vez maior. A principal procura nas lojas é por modelos de bicicletas denominadas comfort. "Essas bikes têm como prioridade o conforto. São equipadas com selins (bancos) mais largos com molejo e pneus lisos ou híbridos para pedalar mais macio no asfalto", afirma Maricy.

Além do aumento da receita por conta da procura por bicletas, as redes notaram que itens de segurança como capacetes, óculos, faróis e lanternas também registram aumento de demanda, o que aponta que ciclistas estão preocupados com a segurança enquanto pedalam nas ruas das grandes cidades.


Produto infantil lidera vendas no Grande ABC
Com poucos consumidores em busca de bicicletas, são as vendas das bikes infantis que animam o setor no Grande ABC. Com a proximidade do Dia das Crianças, as lojas já se preparam para triplicar a saída dos itens e aproveitar o bom momento.

"A procura é tanta que precisamos pedir estoque até dois meses antes, para não perder clientes. Até aumentamos o espaço de exposição nas lojas, para que os consumidores possam conhecer as peças e escolher", conta o gerente de uma loja em São Bernardo Ricardo Baisso.

Não são apenas comércios especializados no segmento de esportes que notam maior procura de bicicletas para os pequenos no segundo semestre. Supermercados também já preparam os estoques para não perder clientes interessados em presentear filhos no Dia das Crianças, data onde o item é mais procurado do que no Natal. O estoque dos produtos aumenta em cerca de 30% neste período.

Apesar da melhora nas vendas, a gerente de uma grande rede Maricy Stinchi avisa que a receita não supera, pelo menos no grupo, a saída dos produtos dirigidos ao público adulto. Com a tecnologia comandando as bicicletas dirigidas aos ciclistas especializados e mesmo os que utilizam o meio como transporte, nem mesmo a saída 30% maior dos produtos infantis supera a demanda dos modelos mais sofisticados. "Bicicleta infantil sai mais em quantidade, mas as de adultos têm muita inovação de tecnologia, agrega valor e faz com que a receita arrecada seja maior", afirma.

Outra surpresa é a procura por skates. Hoje, ele é o segundo esporte mais praticado no País - perdendo apenas para o futebol - e tem se destacado nas vendas das redes. (Paula Cabrera)




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