Agora, é como se o ABC fosse o Corinthians na frente do Santo André, às 19h30 de hoje, na casa dos potiguares, na luta de ambos para se reabilitar na Série B do Brasileiro. A Rádio ABC (1.570 AM) transmite de Natal. Na última rodada, o time de Sérgio Soares parou no Fortaleza e o rival, igualmente ferido, não resistiu ao Barueri. Os dois estão quase colados na tabela. Os visitantes (nono lugar) somam 21 pontos e os locais (em décimo) têm um a menos. Portanto, a briga é direta e prevê dificuldades lá e cá.

"Todos crescem diante do favorito. Então, vamos para cima do ABC como se pegássemos o líder. Me lembro que atacamos o Corinthians em nossa casa e tínhamos tudo para segurar a vitória. Houve muita superação dos meus jogadores. O empate surgiu num descuido. É preciso recriar situações que nos fortaleçam muito mais na seqüência da temporada", sugere Sérgio Soares, que procura reerguer o astral no ambiente.

A teoria do comandante surgiu de repente, sábado à noite, ainda em Recife, depois de ver pela televisão que o Criciúma chegou a ditar o ritmo no zero a zero contra o Timão. Segundo ele, os catarinenses tiveram chances para surpreender o Alvinegro.

"Deu para notar que eles (do Criciúma) não sentiram nenhum receio. Então, é isso. No futebol, perder o medo já representa uma grande passo", exemplifica o treinador, que também esteve nos Aflitos para acompanhar Náutico 1 x 2 Figueirense pela Série A. "Sempre dá para ver alguma coisa interessante", supõe.

Na opinião de Sérgio Soares, a fórmula ideal é aquela em que, além de se liberar mentalmente da idéia do fracasso, o grupo consiga explorar todos os limites possíveis, especialmente o equilíbrio e a naturalidade.

"Temos a obrigação de reagir, mas não vou aumentar o peso nos ombros dos meus atletas. Não podemos nos distanciar do G-4 (o bloco dos quatro primeiros que garantem acesso à elite nacional). Mas nem chegamos ao meio do campeonato. A inteligência é a melhor saída", recomenda.

Segundo ele, o Santo André precisa mostrar hoje uma postura totalmente contrária à apresentada na derrota do Castelão. Os desacertos devem servir de referência, acredita, para que não se repitam as falhas do confronto anterior. "Nunca vi tantos erros. Vamos aproveitar as lições", alerta.