Os adeptos da caminhada sabem seus benefícios de cor: disposição e bem-estar, melhoria da pressão arterial, baixa do colesterol e da diabetes, além da boa forma. O que é percebido no dia-a-dia pelas pessoas, é confirmado pelo professor e doutor em cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC José Luís Aziz. “Os benefícios da caminhada são cientificamente comprovados. Mas é necessário uma freqüência de pelo menos quatro a cinco vezes por semana para se ter a resposta do sistema cardiovascular”, disse.
Para a dona de casa Geralda Shoshima, 50 anos, de São Caetano, a decisão veio após a morte de um cunhado de 48 anos, vítima de um enfarte. Em sua avaliação, seu parente morreu porque levava uma vida sedentária. “Depois disso, a caminhada se tornou uma meta de vida para mim”, disse. Geralda já caminha há dois anos, todos os dias, por uma hora, na avenida Kennedy, em São Caetano. “No começo é difícil, mas depois você sente falta.”
“Estava engordando muito rápido, mesmo cuidando da alimentação. Aí o médico me orientou a caminhar”, disse a dona de casa Ilka Pereira Bastos, 23 anos, de São Caetano. Há um mês ela acorda todos os dias às 6h e caminha por duas horas. Também investiu em uma dieta e já perdeu 3 kg. A jovem avaliou que está mais disposta. “Sentia preguiça e até as crises de bronquite sumiram”, disse.
O engenheiro Eduardo Mees, 58 anos, atendeu aos apelos médicos e inseriu a caminhada em sua vida. Seis vezes por semana (aos domingos descansa), pela manhã, Mees caminha cerca de cinco quilômetros no estacionamento do Ginásio Poliesportivo São Bernardo. Não é o único: o lugar virou point dos adeptos do exercício. “Caminhar é um estado de espírito e faz muito bem. Se você não vem pelo amor, vem pela dor, como eu”, disse o engenheiro, que conseguiu controlar a diabetes (“Já chegou a 350 (mg em 100 ml de sangue), hoje está em 112”) e baixou as taxas de colesterol e de triglicérides.
Segundo o médico Aziz, a caminhada baixa os índices de diabetes porque faz com que a insulina produzida pelo organismo seja de melhor qualidade, provocando a queda da glicose do sangue. Andar também melhora a circulação periférica do sangue, evitando problemas de circulação nas pernas, risco para diabéticos. A redução do colesterol e do triglicérides também ocorre por causa da estimulação de um tipo bom de gordura que “varre a ruim”. “O controle na alimentação também tem de existir”, alerta Aziz. Também não adianta caminhar em locais com grande fluxo de carros – a pessoa acaba respirando em excesso monóxido de carbono, o que é prejudicial à saúde.
Segundo o médico, caminhar é bom em qualquer idade. A prova está no casal de aposentados Hermine, 77 anos, e Ítalo Castellan, 73, de São Bernardo, que caminha há dez anos. “Mas é preciso ter persistência, não adianta vir um ou dois dias e não voltar mais”, ensina Ítalo.
A caminhada só tem restrição em alguns casos de pessoas que apresentem problemas cardiovasculares ou ortopédicos – daí a necessidade de uma avaliação médica prévia. “Uma pessoa safenada, por exemplo, é até estimulada pelo médico a caminhar”, disse. É o caso do aposentado Antônio Araújo, 63 anos, três pontes de safena. Há dois anos Araújo caminha religiosamente todos os dias. Também venceu a diabetes. “O médico até diminuiu o remédio, porque a taxa estava caindo muito com a caminhada.”
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