A passagem do senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo do Estado, nesta quarta-feira pelo Grande ABC reforçou a pretensão do petista em acabar com a Febem. O primeiro compromisso do senador no dia foi exatamente na Escola Estadual Professor José do Prado Silveira, localizada no bairro Sacadura Cabral, onde a população local tenta evitar que o governo estadual, dono da área, construa no espaço duas unidades da Febem - que pelo menos nesse ano não devem sair do papel.

"Não é simplesmente mudar (a construção da Febem) de um bairro para outro. Temos de mudar a concepção, caso contrário não teremos solução", avaliou. Ele citou, como já havia feito outras vezes, a experiência da prefeitura petista de São Carlos, no interior de São Paulo, com a NAI (Núcleo de Atendimento Integrado). "É um êxito. Há menos de 4% de jovens reincidentes. Com a NAI, demonstramos ser possível construir um modelo alternativo. É para isso que estou lutando, não para fazer pequenos remendos numa estrutura já esgotada como a Febem."

O petista criticou a declaração do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que nesta quarta-feira defendeu um limite de prazo de internação na Febem. Segundo o tucano, após completar 18 anos, o infrator deve ser reavaliado. "Depois de ter governado por 12 anos o Estado, não me parece muito consistente apresentar sugestões que nunca foram feitas a apenas dois meses da eleição."

O senador ouviu reclamações de alguns moradores do bairro, como a da ex-diretora da escola Maria Marlene Garcia. Ela, hoje aposentada, pediu a Mercadante que intermediasse um encontro entre o governador Claudio Lembo (PFL) e o prefeito João Avamileno (PT) para que o caso seja resolvido o mais rápido possível. Ela já havia feito apelo a Alckmin para que não construisse Febem na Sacadura, mas não foi atendida.

Horas depois, o petista garantiu ter conseguido um retorno positivo de Lembo para a questão. "Será marcada uma data (para a audiência)", disse. Segundo o petista, a resposta foi dada pela vice-prefeita Ivete Garcia, que almoçou com ele na cidade. "É sempre bom buscar uma solução republicana, que é o diálogo, independentemente de eleição e partido. Temos conseguido estabelecer um diálogo com o governador, apesar da eleição", destacou.

Campanha - Depois de visitar a escola desativada, o senador fez caminhada no calçadão da Oliveira Lima, região central e comercial da cidade, panfletou na frente da montadora Ford, em São Bernardo, e depois seguiu para o centro comercial de Diadema, onde mais uma vez partiu para o corpo a corpo.