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FMI avalia em US$ 1,4 tri as perdas com a crise
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
08/10/2008 | 07:04
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Estudo divulgado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) eleva a projeção das perdas com a crise financeira internacional. Segundo a entidade, o prejuízo com o estresse no mercado de capitais chegará a US$ 1,4 trilhão. A nova estimativa é superior aos US$ 945 bilhões anunciados anteriormente.

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira Global publicado pela instituição internacional, os mercados emergentes estão sendo testados. "Emergentes, que pareceram imunes aos choques vindos do Exterior, têm sido testados. A vulnerabilidade cresce em diversos países."

O FMI afirma também que a América Latina tem se beneficiado da alta no preço das commodities e da política de contenção da inflação forçada pela alta dos juros. "A queda no valor das commodities tem provocado inquietações sobre a capacidade da região em resistir ao desaquecimento da economia mundial", afirma o relatório.

AÇÃO
Para o FMI, diante do momento sem precedentes para o mercado financeiro global, é necessária uma ação coordenada e ampla para restaurar a confiança e o funcionamento apropriado dos mercados.

Em relatório, o Fundo diz que a ausência de uma ação com essas características poderia fazer com que a atual desalavancagem se torne um processo crescentemente desordenado e caro para a economia real. "O que é necessário agora é uma resposta internacional decisiva e coerente, que seja de natureza sistêmica, para garantir que o processo de desalavancagem permaneça ordenado. Uma abordagem ampla e coordenada deverá ser suficiente para restaurar a confiança e o funcionamento apropriado do mercado e, então, evitar um declínio mais prolongado da economia global", afirmou o conselheiro e diretor do Departamento Monetário e de Mercado de Capitais do FMI, Jaime Caruana.

Reunião vai propor regras para o mercado financeiro

Representantes de Bancos Centrais em todo o mundo se reunirão entre os dias 10 e 13 de outubro, em Washington, nos Estados Unidos, para discutir uma resposta global à maior crise financeira vivenciada desde o início do século 20.

Líderes financeiros de diversos países reunirão propostas e novas idéias para reforma das regras vigentes no mercado. A idéia é otimizar a regulamentação do sistema financeiro global. "Há um problema profundamente estrutural a ser resolvido. Essa crise é resultado de uma falha na regulamentação da proteção contra riscos excessivos no sistema financeiro, especialmente nos EUA. Precisamos nos assegurar que isso não acontecerá novamente", afirma o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

James Boughton, historiador do FMI, defende que essa crise tem um diferencial importante para o agravamento do cenário. "As instituições financeiras são muito mais interligadas atualmente", afirma.




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