A revitalização da Praça Castelo Branco, na região central de Diadema, tem causado polêmica na cidade. A falta de informação sobre o que será feito no local deixa moradores do entorno preocupados, tendo em vista que o boato que corre solto no município é o de que o prefeito Lauro Michels (PV) transformará o espaço de lazer – um dos poucos existentes naquela área – em estacionamento, tendo em vista a reivindicação de comerciantes locais.

Embora a Prefeitura afirme que o projeto visa a melhoria da praça, que atualmente sofre com problemas como drenagem, deterioração de equipamentos públicos, pavimento irregular e sujeira, os munícipes acreditam que a reforma não seja benéfica, principalmente se as árvores e os equipamentos de lazer forem removidos para dar lugar aos carros.

Há dez meses, representantes do governo estiveram em reunião com comerciantes locais para entender as necessidades da população. No entanto, a comunidade ainda aguarda a concretização da promessa de obra no local.

O corretor Francisco Nogueira Santos, 60 anos, relata indignação em relação à ideia de que o local perca árvores e ganhe vagas para veículos. “Sou morador de Diadema há mais de 40 anos e quase não temos área verde. Derrubar árvores com mais de 70 anos de existência para fazer estacionamento, para quê? Isso é interesse econômico e em arrecadação de dinheiro. Não é correto.”

Ambientalista e advogado especializado em meio ambiente, Virgílio Alcides de Farias destaca que é dever do Executivo municipal estimular e contribuir para a recuperação da vegetação em áreas urbanas, públicas ou, até mesmo, particulares. “Trocar as árvores da praça para acomodar carros compreende governo voltado para o século 19, que governa de costas. Estão governando na contramão do direito a cidade sustentável”, considera.

Na opinião do conselheiro suplente do Conselho Municipal de Cultura de Diadema José Luís de Freitas, se for feito estacionamento estarão violando também a cultura da cidade. “Se o prefeito tivesse um pouco mais de apreço pela história preservaria este local. Há árvores com mais de 50 anos e, inclusive, o projeto desta praça foi feito pelo tio-avô dele. Não respeita o histórico da própria família. Além disso, uma revitalização benfeita vai sair mais barato, vai manter as árvores e o lazer da cidade.”