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Capas de livros ganham design sofisticado
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
15/06/2002 | 15:36
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Cada vez mais o design gráfico valoriza as capas dos livros. Capas artísticas, com produção cuidadosa e sofisticada, também ganham reconhecimento, nacional e internacional.

Raul Loureiro, 36 anos, prêmio Jabuti 2002 pelo design da capa de A Utopia Burocrática de Máximo Modesto, da Companhia das Letras, afirma que o autor pode até sugerir alguma imagem para a capa, mas a liberdade de criação é do designer. “Eu às vezes leio o livro, às vezes não dá para ler. O início do trabalho é esse: ou leio o livro ou converso com o editor”, diz.

Em 1999, Loureiro foi chamado pela Companhia das Letras para refazer o miolo dos livros. “Eu havia voltado dos Estados Unidos, em 1998, e feito a produção e o desenho gráfico dos livros da Bienal daquele ano. Comecei a trabalhar na mudança da tipologia das obras da editora – tamanho de letra e entrelinhamento – e fiz outros trabalhos para eles”, afirma.

Como capista, Loureiro também desenvolve trabalhos para a Cosac & Naify, entre capas de livros e o catálogo da editora. “Geralmente, as capas precisam ser entregues em 20 dias, em média. Não há necessidade de haver ligação entre imagem da capa e o tema do livro. Faço a pesquisa em catálogos, vejo outros livros, fotografias e visito sebos até encontrar alguma coisa para trabalhar”, diz. Assim surgiu a foto da capa que foi prêmio Jabuti.

O trabalho do designer de capas, ou capista, é o primeiro que aparece, mas é o último na produção gráfica. “Quanto mais longe o capista ficar do autor melhor pode ser a capa. O capista chega quando o livro está na boca da máquina”, afirma João Baptista Costa Aguiar, 53 anos, designer gráfico desde 1973, cuja capa para O Matador, da Companhia das Letras, foi usada também na edição internacional do livro.

Gê Alves Pinto, designer e gerente de artes gráficas da Universal Music, afirma que “a melhor capa é a cara do artista, mas nem sempre a melhor cara do artista é seu rosto”. Isso vale para CDs, cujo design de capas tornou-se um caso a parte em função da derrocada do LP de vinil em meados dos anos 90. Para os livros, a imagem é outra.




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