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Namorada do coronel Ubiratan presta novo depoimento hoje
Do Diário OnLine
12/09/2006 | 06:45
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A advogada Carla Cepalino, 42 anos, deve prestar formalmente depoimento no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo, nesta terça-feira, sobre a morte do deputado estadual e coronel reformado da PM (Polícia Militar) Ubiratan Guimarães (PTB), 63 anos, encontrado morto no fim da noite deste domingo, com um tiro na região do abdômen.

Ela é apontada como uma peça chave nas investigações para a elucidação do crime pois teria sido a última a ver o coronel antes do assassinato.

Na segunda-feira, em depoimento que teve duração de duas horas, Carla disse que deixou o apartamento de Ubiratan na noite de sábado depois de eles discutirem sobre uma mensagem que o coronel teria recebido de uma outra mulher. Ela contou ainda que passou a manhã com Ubiratan numa hípica, depois os dois participaram de um evento político e seguiram para o apartamento. Após a discussão, ela deixou o local.

Investigação – O delegado do DHPP, Armando de Oliveira Costa Filho, confirmou na tarde de segunda-feira que um revólver calibre 38 que pertencia a Ubiratan Guimarães está desaparecido. Existe a hipótese de exatamente esta arma ter sido utilizada na execução, já que a bala que perfurou o abdômen do coronel é de um 38.

Crime - Ubiratan, responsável por comandar em 1992 a operação que resultou na morte de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru, foi encontrado morto em sua residência nos Jardins, Zona Sul de São Paulo. Ele, que teve sua candidatura à reeleição impugnada pela Justiça Eleitoral, foi encontrado por um de seus assessores. O corpo estava jogado no chão, enrolado em uma toalha e com uma perfuração de bala na região do abdômen. Aparentemente nada foi levado do local.

Segundo o delegado do DHPP, na residência de Ubiratan estavam quatro revólveres calibre 38, uma pistola automática 765 e uma escopeta calibre 12. No entanto, outro revólver calibre 38 está desaparecido.

Não havia sinais de luta ou arrombamento na residência. No entanto, de acordo com informações da GloboNews TV, a porta dos fundos estaria destrancada. Os indícios levam a crer que o assassinato tenha ocorrido no sábado, já que o jornal de domingo não havia sido retirado da porta.

Em 2001, Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão pelo massacre no Carandiru. No entanto, no início deste ano, o Tribunal de Justiça anulou o julgamento e absolveu o coronel. Ele nunca chegou a ser preso.

O corpo de Ubiratan Guimarães foi velado no Regimento de Cavalaria da PM, em São Paulo, e enterrado no final desta tarde no Cemitério do Horto, Zona Norte da capital.

Ligação – A polícia deve investigar se a morte do coronel tem alguma relação com o assassinato do diretor do Carandiru na época do massacre, José Ismael Pedrosa, ocorrido em outubro do ano passado, no município de Taubaté, interior do Estado. A facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) é acusada de comandar a execução.



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