Com temperaturas que chegaram a 32°C, o Grande ABC voltou a sofrer durante todo o dia de ontem com a falta d’água. Dessa vez, o abastecimento foi prejudicado em Santo André, São Bernardo e Diadema. Operadoras do sistema de fornecimento alegaram problemas pontuais e prometeram normalizar a situação até a madrugada de hoje.

Por conta da escassez, estudantes da EE General José Artigas, no Jardim Marilene, em Diadema, foram dispensados das aulas. Segundo uma funcionária que não quis se identificar, não havia água sequer para o consumo. “Não tínhamos como segurar os alunos aqui. Não havia condições de higiene”, reconhece. Ela relata que, mesmo com as aulas suspensas, os empregados tiveram de ficar na escola e cumprir horário normalmente. “Para poder beber água, precisamos comprar no comércio.”

A Secretaria de Estado da Educação afirma que as aulas serão retomadas hoje e, se necessário, o abastecimento será feito por meio de caminhões-pipa. A Pasta promete repor o conteúdo perdido ontem.

Moradores dos bairros Jardim Gazuza e Serraria também tiveram torneiras secas ontem. A Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) foi procurada, mas não informou o motivo do problema nem quando a situação será normalizada. A partir do mês que vem, o sistema de água e esgoto na cidade passará a ser operado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Em São Bernardo, a população do Rudge Ramos, Jardim do Mar, Centro e Planalto também ficou sem água durante todo o dia. Nos três primeiros bairros, informa a Sabesp, a escassez foi provocada pelo baixo nível do reservatório Nova Petrópolis, “ocasionado pelo aumento da temperatura e, consequentemente, o alto consumo”. Já no Planalto, a companhia afirma que o desabastecimento foi causado por falta de energia na estação elevatória do bairro. Em todas as regiões, a empresa garante que a situação será normalizada nesta madrugada.

Já em Santo André, houve escassez nos bairros Parque Novo Oratório, Capuava, Erasmo Assunção, Curuçá, Ana Maria e Alzira Franco. Moradores garantem que o problema é antigo. “Isso vem ocorrendo há dois ou três meses. Antes, pelo menos, faltava água dia sim, dia não. Agora, nem sabemos quando irão cortar. Ficamos sem abastecimento no almoço do Natal”, lamenta o supervisor de produção Arnaldo Menezes, 55 anos, morador do Parque Novo Oratório.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) afirma que o fornecimento foi interrompido na manhã de ontem devido ao alto consumo e à baixa quantidade de água recebida.

A Sabesp, por outro lado, afirma que a distribuição no município está normal. O Semasa prometeu normalizar o abastecimento nesta madrugada.