Economia Titulo Paralisação
Greve dos bancários tem
início hoje em Sto.André

Cerca de 1.000 funcionários cruzam os braços e
param 36 agências no município durante o 1º dia

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/09/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Bancários do Grande ABC iniciam hoje greve por tempo indeterminado. No primeiro dia serão fechadas 36 agências, todas no Centro de Santo André. A estratégia do sindicato da categoria na região é fazer, a cada dia, alternância de cidades que serão atingidas por paradas, mas com a meta de fazê-las em número crescente, a fim de pressionar os bancos a melhorar a proposta salarial.

A categoria também reivindica o reforço de investimentos em segurança bancária, a ampliação do emprego no setor e a oferta de melhores condições de trabalho. Em relação ao índice, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) oferece 6,1%, o que dá 0,04% de aumento real, enquanto os empregados lutam por 11,93%, ou em torno de 5% de reajuste acima da inflação.

Hoje, serão interrompidas as operações de 36 unidades bancárias localizadas na área central andreense, que reúnem cerca de 1.000 funcionários. A região tem 7.300 bancários em 450 agências.

O presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson, afirma que, apesar da suspensão dos serviços, os caixas eletrônicos vão funcionar normalmente, e os consumidores que precisam recorrer a serviços de uma agência podem procurar estabelecimentos nos bairros ou em outros municípios da região.

Assembleia do dia 12 havia decretado que os trabalhadores do setor iriam cruzar os braços a partir de hoje e, ontem, o sindicato fez outro encontro com os funcionários, para explicar os rumos do movimento, tirar dúvidas e também engrossar a mobilização.

Nilson cita que, nos últimos dias, diretores da entidade estiveram visitando os locais de trabalho da categoria para falar sobre a campanha e também mobilizá-la para a greve. Ontem, por exemplo, 31 agências no Centro de São Bernardo tiveram o horário de início de funcionamento atrasado em uma hora com esse objetivo.

A partir de hoje, o sindicato vai percorrer as agências que serão paralisadas para buscar também a compreensão da população para as reivindicações da categoria. “Os usuários dos bancos nos apoiam, porque sabem de nossas condições de trabalho. Hoje, a categoria lidera em adoecimento”, afirma o dirigente. Em 2012, segundo dados dos INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), 21.144 bancários foram afastados do trabalho por adoecimento, dos quais 25,7% com estresse, depressão, síndrome de pânico, transtornos mentais relacionados diretamente ao trabalho.

NEGOCIAÇÕES - As negociações da categoria são encabeçadas pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que submete o que é discutido na mesa com o setor patronal a assembleias das bases de cada sindicato pelo País.

Ainda segundo Nilson, não há novas conversas agendadas. “Mas estamos à disposição da Fenaban. Só fomos para a greve pela intransigência dos banqueiros de não contemplar nossas reivindicações”, disse.




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