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Novo livro de Paulo Coelho tem boa procura na região
Por Daniella Grinbergas
Especial para o Diário
23/03/2005 | 12:48
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O novo romance de Paulo Coelho, O Zahir, chegou terça-feira às livrarias do Grande ABC. Em algumas delas, como a Saraiva do Centro de Santo André, a velocidade de venda era de 2,5 livros por hora – isso é mais que a média individual de consumo anual do leitor brasileiro. A gerente Laudeci Spachera acredita que a procura deve crescer nos próximos dias, já que o lançamento oficial estava prometido para abril. “Muitos não sabem que foi antecipado”, diz.

Em O Zahir, o escritor faz uma reflexão sobre a condição de autor famoso, que é extremamente criticado. Paulo Coelho assume que este é seu livro mais autobiográfico.

Muitas são as pessoas que criticam sua obra. Há até quem o condene mesmo sem ter lido um livro sequer. Para o médico e escritor Roberto Lopes, de São Bernardo, isso é puro preconceito. “Dizem que ele faz muito marketing, mas essa é uma característica de escritor profissional. Admiro ele saber conciliar a parte artística com a parte comercial de seu trabalho. O que importa é que cada obra dele passa uma mensagem positiva. Os brasileiros têm a tendência de desvalorizar nossos escritores”, diz Lopes.

Ele acredita que Paulo Coelho foi quem mais abriu espaço para os autores brasileiros no exterior. “Ele vende livros no mundo inteiro. Já entrou para a lista dos mais vendidos em vários países. Antes dele só Jorge Amado tinha nome lá fora, mas seu estilo era diferente, era muito regionalista, não explorava temas abrangentes como Paulo”, afirma.

Já Tânia Gori, proprietária da Casa da Bruxa, de Santo André, que leu todos os livros de Paulo Coelho, admira seu estilo de texto. “Eu acho que o Paulo tem uma maneira particular de escrever, ele consegue envolver o leitor de uma maneira que não dá para parar de ler. Encontrei um grande prazer ao ler suas obras”, afirma. Entre os livros que mais gostou está O Diário de um Mago. “O livro traz exercícios que acho interessantes para fazer, que acrescentam algo às nossas vidas. Foi o livro que mais coloquei em prática”, diz. Porém, de todos os livros, ela não gostou somente de um. “O único que não achei bom foi Onze Minutos, pois ele fugiu de seu estilo, envolveu-se mais no romance e menos na magia”.

Realmente o estilo do escritor tende a mudar. O Zahir deve confirmar uma virada literária. O escritor deixa um pouco de lado o místico para falar do real. “Paulo agora mudou o estilo, talvez para ampliar seu público. Fala de relacionamentos, trata menos da magia. Ele está certo, está procurando ganhar um público diversificado”, diz Lopes.

No ano de 2000, Lopes lançou O Livro da Bruxa, que apesar do nome, não tem nada de esotérico. Trata-se da mulher, que deixou de ser a princesinha passiva da história e assumiu o poder da bruxa. O escritor utiliza um estilo parecido com o de Paulo Coelho, abusando das metáforas para mostrar o mundo visto de formas diferentes.

Lopes, que leu todos os livros de Paulo Coelho, reconhece que seu texto têm um pouco da maneira de escrever do autor. “Assim como ele eu gosto das metáforas como artifício literário. A diferença é que ele as utiliza de uma forma mística, mágica. No meu livro elas se aproximam da realidade das pessoas, mas também brinquei com algumas magias, que trazidas para a realidade fazem sentido, basta vê-las desse jeito. Acho que nós queremos mesmo mostrar a vida de uma forma positiva. Cada livro dele sempre nos acrescenta algo de bom”.



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