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Programar casa própria é a melhor opção
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
22/01/2011 | 07:18
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A demanda pela casa própria só tem aumentado nos últimos anos. Junto a esse movimento, surge a dúvida: qual a melhor maneira de pagar por um imóvel? O pagamento à vista é a melhor opção, pois garante desconto e evita juros altos. Mas como trata-se de bens de alto valor, buscar recursos no mercado é inevitável.

Para quem precisa de empréstimo, duas modalidades se destacam, o financiamento e o consórcio. A escolha tem que ser baseada nas necessidades básicas do comprador.

Para quem precisa do imóvel imediatamente, o melhor caminho é escolher o financiamento. Mas prepare o bolso: com parcelas acessíveis e prazos mais longos, os juros de cerca de 8% ao ano, além de demais despesas com taxas, farão com que imóveis de R$ 150 mil custem, no final mais do que o dobro; atingindo cerca de R$ 350 mil. A estimativa tem como base renda mensal de R$ 2.500 e parcelamento de 30 anos.

Para imóveis com valor até R$ 130 mil, considerando o mesmo salário, é possível se enquadrar no programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Nesta opção, as parcelas flutuam na média de R$ 750, há subsídio no valor do imóvel, o tempo do financiamento diminui e o valor de entrada é menor.

Especialistas consultados pelo Diário são unânimes em apontar que, no caso de a mudança não ser iminente, o melhor caminho é programar a compra do imóvel, por meio de consórcios habitacionais. O número de participantes subiu 8% em 2010, ante o mesmo período de 2009. Essa forma de crédito movimentou R$ 19,8 bilhões no acumulado do ano - 26,9% a mais que no ano anterior, segundo a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).

O economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), Celso Petrucci, defende que a modalidade é economicamente mais vantajosa do que o financiamento, mas é preciso ter disciplina financeira. Petrucci ressalta ainda que ambas as formas de crédito não se comparam, em razão de, no consórcio, o consumidor adquirir carta de crédito, e não a residência.

No consórcio não há juros, apenas taxa administrativa, na média de 18% sobre o valor total da carta. Isso contribui para que a parcela e o tempo para pagar sejam menores. No consórcio há sorteios, em que os participantes do grupo podem ser contemplados com o valor integral adquirido.

Caso a sorte não contribua, o consumidor tenha recursos, pode ofertar lances e aumentar as chances de levar o crédito total. "Se ganhar, irá no mercado imobiliário com o poder de pagar à vista", diz o presidente da Abac, Paulo Rossi. Se a sorte não contribuir, tem que esperar o fim do prazo para adquirir o bem, o que pode ser um empecilho já que com a valorização imobiliária, o valor da carta de crédito dificilmente garantirá a compra do bem desejado no início do contrato.

Há ainda mais opções no mercado, como o lance fixo. "Se você compra crédito de R$ 100 mil, dá lances de R$ 25 mil e é contemplado, recebe R$ 75 mil na mão e o restante é abatido em parcelas. É um lance vinculado ao crédito. A pessoa não depende somente de sorteio", diz a gerente da Consórcio Nacional Embracon, Leila Ferreira.

O perfil que aposta no consórcio quer ter opções de moradia para lazer ou para investir. "Ele não precisa do imóvel imediatamente. É uma maneira de fazer poupança", afirma Petrucci.




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