Política Titulo Segundo turno
Para Filippi, Diadema precisa de experiência em vez de nova aventura

Ex-prefeito da cidade cita pouca vivência pública de Taka, rival no 2º turno, e traça paralelo com eleição de 2012, quando Lauro se elegeu

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
27/11/2020 | 00:01
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Prefeito de Diadema por três mandatos e candidato do PT neste segundo turno, José de Filippi Júnior reforçou a necessidade de o município ser administrado, a partir de 2021, por figura experiente diante da complexidade financeira que se apresenta na cidade.

Filippi traçou paralelo do pleito atual com o de 2012. À ocasião, seu pupilo Mário Reali (PT) não conquistou a reeleição, perdendo a disputa para Lauro Michels (PV), vereador de segundo mandato e com 30 anos de idade. Agora, seu rival é Taka Yamauchi (PSD), 42, cuja experiência no poder público foi ser secretário de Obras em Ribeirão Pires entre janeiro de 2017 e abril deste ano.

“Taka é inexperiente. Só atuou como secretário de Obras de Ribeirão Pires, uma cidade que é quatro vezes menor que Diadema e, mesmo assim, ele foi reprovado pela população de lá, é disso que estou falando. Eu tenho experiência como secretário, como prefeito e tive minhas três gestões bem avaliadas”, situou o petista. Filippi foi secretário de Obras nas gestões de Gilson Menezes e José Augusto da Silva Ramos, nos anos 1980 e 1990, antes de se eleger prefeito pela primeira vez, em 1992. Também foi deputado estadual, deputado federal e secretário de Saúde da Capital no governo de Fernando Haddad (PT).

Ao lembrar de 2012, Filippi citou que a campanha de Reali tentou mostrar à população que Lauro era “aventureiro”. A estratégia, entretanto, não funcionou à época. “O que estou falando para o eleitor de Diadema é que possa refletir, diante da aventura de Lauro, que falou que era novo, que tem uma gestão que foi reprovada, tanto que seu candidato (Pretinho do Água Santa, DEM) nem sequer foi para o segundo turno. Eu ofereço uma experiência de três vezes como prefeito exitoso”, analisou.

Sobre o segundo turno contra uma figura nova – é a primeira vez que ele não encara Gilson ou Zé Augusto frente a frente –, Filippi reclamou do que classificou como ataques pessoas que têm sofrido por parte da campanha de Taka. Tanto que não descartou a possibilidade de judicializar as “calúnias”.

“Pelo que vi, ele ainda está insistindo nesta questão de citar a Polícia Federal, como vi os carros (da campanha) dele falando isso. Faltam poucos dias para a eleição, eu não vou criar fake news. Eu nem fui indiciado pela Polícia Federal. Ela fez uma investigação na minha vida e falou que não havia indício de nada”, declarou. Em 2016, Filippi foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de receber valores desviados da Petrobras e chegou a ser conduzido coercitivamente para prestar depoimento. Entretanto, as acusações contra ele não avançaram e o petista não é réu.

Filippi reconheceu que seu projeto de volta à Prefeitura também é enxergado dentro do petismo como a possibilidade de recomeço da sigla. Em 2016, pela primeira vez em sua história a legenda ficou sem prefeitos no Grande ABC. E Diadema tem todo um simbolismo para o partido. Foi em 1982, dois anos depois de sua fundação, que o PT ganhou a eleição diademense, conduzindo o ferramenteiro Gilson Menezes à condição de prefeito.

“O legado que o partido deixou é importante. Essa é a grande segurança que estamos oferecendo para a população e para a cidade. Eu gostaria muito que o PT ganhasse, mas sei que ele também perde, que vai ter que se recuperar. Nós vamos ter que refletir, o PT cometeu erros, mas cometeu muito mais acertos”, afirmou.  




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