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CPM 22 volta mais melódico e meloso
Ana Carolina Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
21/04/2005 | 13:15
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Desde julho de 2002 sem lançar um disco, a banda CPM 22 volta a ocupar as prateleiras de lançamentos com o álbum Felicidade Instantânea (Sony, R$ 25 em média), quarto trabalho do grupo. Depois do sucesso de Chegou a Hora De Recomeçar, que vendeu em torno de 180 mil cópias, Badauí (voz), Wally (guitarra e voz), Luciano (guitarra) e Ricardo Japinha (bateria e voz) continuam trilhando o caminho do hardcore melódico, estilo que os consagrou e que leva milhares de fãs, principalmente os da ala feminina, a recepcionar a banda aos gritos em todos os shows que fazem.

Sem Portoga, baixista que deixou o CPM em fevereiro após desentendimento com os demais companheiros, Felicidade Instantânea reúne 16 faixas que, além de som pesado e algumas boas levadas de guitarra, tratam de amores que não deram certo e suas conseqüências. "Tem gente que acha que falamos de amor para vender, mas tudo que cantamos é verdadeiro. Sempre tentamos passar uma mensagem positiva. Às vezes ouvimos que por falarmos muito de relacionamentos nossa música é como pagode, mas a gente não liga nem um pouco. Cada um faz o que quer", diz Luciano.

De fato, algumas letras são extremamente românticas e não ficam a dever muito nem aos hits sertanejos. Caso da faixa-título do trabalho. Nem mesmo os acordes da guitarra e a voz potente de Badauí conseguem tirar a atenção de versos melosos e surrados como "Não posso ficar assim sem você/ Não perco a esperança/De ter mais uma chance/ Quero estar bem perto de você".

Merece destaque a faixa Um Minuto para o Fim do Mundo, presença constante nas rádios do país. Com a carga emocional peculiar da banda, enfatiza a urgência de aproveitar ao máximo a vida. "Essa música tem uma história muito interessante. Faltavam três canções para completar o disco e o Wally mandou a letra para o Koala (Rodrigo Koala, compositor de Chegou a Hora de Recomeçar) porque já não agüentava a linha de voz que vinha fazendo. Quando o Koala cantou num ensaio, a gente achou animal. O Rick (Rick Bonadio, produtor) ouviu e disse que essa seria a música de trabalho".

Importante por já ser sucesso entre o público do CPM, Um Minuto para o Fim do Mundo destaca-se principalmente porque é uma das únicas faixas do lançamento que pode ser considerada positiva. Badauí e companhia exageram em tristezas, lamúrias e dissabores no disco, perfeito para quem acabou de tomar um fora.

Não é preciso nem ouvir as músicas Jovem, Alcoólatra, Suicida e Irreversível para saber o que vem por aí. É verdade que o CPM amadureceu e ampliou sua presença de palco. Com mais segurança, a banda está mais solta e técnica, mas as letras acomodaram-se no até então seguro e rentável hardcore melódico e parece não ter forças para ir além. Ideal para quem é fã.




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