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Crise faz Lauro frear salário de comissionados

Pelo segundo ano seguido, prefeito de Diadema breca reposição da inflação a cargos de confiança

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
29/05/2016 | 07:00
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Marina Brandão 18/1/16


Em grave crise financeira, o governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), confirmou que pelo segundo ano consecutivo não concederá reajuste salarial aos funcionários em cargos comissionados e temporários da administração direta e indireta. A medida inclui o próprio verde, a vice-prefeita Silvana Guarnieri (PSDB), o secretariado – composto por 17 nomes – e mais 315 pessoas que atuam na gestão em postos de confiança, sem concurso público. O último acréscimo ocorreu em 2014 e foi correspondente à reposição da inflação daquele ano, de 6,73%.

Desta forma, Lauro mantém sua remuneração mensal em R$ 20,8 mil. Silvana segue com holerite em R$ 11,7 mil e o time de secretários continua recebendo R$ 10,5 mil.

O procedimento foi comunicado pelo chefe do Executivo e, segundo ele, recebido por boa parte dos funcionários “com tranquilidade”. “Foram compreensivos em entender o momento (delicado). A crise necessita esforços e este é mais um dos caminhos”, discorreu. O Paço informou que a iniciativa impactará na redução de gastos de R$ 400 mil por mês.

No ano passado, o verde admitiu congelamento em 30% do Orçamento, que é de R$ 1,2 bilhão. O plano foi estendido neste primeiro semestre após o governo Lauro verificar novas baixas na arrecadação de receitas. De acordo com os números passados pelo Paço, a maior queda foi com recolhimento de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), cujo buraco estimado atingiu R$ 110 milhões.

Em meio à instabilidade, Lauro estipulou pacote de ações, como redução da jornada de horas extras, implantação de relógio biométrico e redução na cota de uso de combustível em carros oficiais. Ainda assim, o titular de Finanças e sogro de Lauro, Francisco José Rocha (PSDB), reconhece preocupação na condução do planejamento financeiro. “Tudo o que pode ser enxugado estamos fazendo. Agora ficamos muito na dependência de uma reação no setor econômico”, pontuou.

COMPARATIVO
O caso de congelamento salarial feito por Lauro não é exclusividade, repetindo plano ocorrido, por exemplo, em Santo André. No mês passado, o prefeito Carlos Grana (PT) excluiu a cota de funcionários comissionados do acordo de reajuste salarial com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos). O petista, que repassou 13,31% aos servidores efetivos, referentes à reposição inflacionária, não autorizou acréscimo em seu vencimento, hoje em R$ 27,2 mil, em valor bruto.

O prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), autorizou em 2013 medida para reduzir sua remuneração, em R$ 1.000. Recebe R$ 15 mil por mês. Em São Bernardo, por sua vez, Luiz Marinho (PT) alcançou aumento de 19,61% no próprio salário, no do vice-prefeito e aos demais comissionados, acompanhando acordo com servidores efetivos. 




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