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X-Men encerra segunda trilogia sem emoção

Novo longa da franquia mantém estética de
qualidade, mas não empolga com conteúdo

Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
19/05/2016 | 06:37
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Divulgação


 O mais recente capítulo da franquia X-Men tem missões a cumprir. A primeira gira em torno da adaptação para as telonas do maior vilão do grupo mutante nas HQs. Outra é encerrar segunda trilogia da cinessérie, que deu sobrevida aos personagens graças ao sucesso do ótimo X-Men: Primeira Classe (2011). O terceiro – e último – objetivo é deixar portas abertas para futuros filmes sobre os heróis da Marvel Comics. Como já era de se esperar de uma saga recheada de altos e baixos, nem tudo conseguiu ser completado por X-Men: Apocalipse, que chega hoje aos cinemas brasileiros.

A história se passa no início dos anos 1980, com o mundo sabendo da existência dos Filhos do Átomo dez anos depois do atentado ocorrido em Washington no filme anterior. Mas as atenções do público são jogadas para o passado, quando é mostrado o reinado de Apocalipse (Oscar Isaac, o Poe Dameron de Star Wars: O Despertar da Força) no Egito antigo, considerado o primeiro mutante da história.

Ele adormece por milhares de anos e é acordado em meio a Guerra Fria e armas nucleares. Sua missão é limpar o mundo do que ele chama de ‘falsos deuses’, colocando os superdotados em posições de destaque no planeta. “Tudo que eles construíram irá cair”, profetiza Apocalipse.

Sua vantagem, além do poder quase infinito, é a divisão dos X-Men. Professor Xavier tenta ajudar seus alunos, Mística viaja pelo mundo e Magneto reconstrói a vida longe de tudo. A esperança da humanidade está em uma possível reconciliação, mas muitas farpas ainda doem.

Para quem não acompanhou os outros cinco filme originais, as mudanças reveladas agora podem confundir. Em resumo, uma viagem no tempo em X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido (2014) tentou ‘zerar’ o que foi mostrado na primeira trilogia, com o único ponto de ligação sendo a participação especial de Wolverine em conjunto de cenas brutais.

O mérito que o diretor Bryan Singer (do filme de estreia e atual comandante das adaptações) levará para sempre é de criar uma estética moderna para os personagens. Ele entende que as histórias dos X-Men tem como ponto central a briga pela intolerância e o preconceito, com batalhas aparecendo em meio a tudo. Na preocupação de dar mais linha para a vida dos heróis nos cinemas, Singer tentou apostar alto sem ter as cartas certas nas mãos. Sua atenção maior foi a de apresentar a futura geração de mutantes, mas esqueceu da grandeza de Apocalipse e do lado humano de cada peça do tabuleiro – destaque para a presença de Michael Fassbender e seu atormentado Magneto. Nem mesmo há brigas a serem lembradas, com a melhor cena de ação ficando por conta da aceleração de Mercúrio (Evan Peters).

As idas e vindas de ideias que o estúdio Fox tentou trabalhar ao longo dos últimos 16 anos complicam a vida do grupo nas telonas. Há quem goste do que foi feito no passado, quem prefira as alterações e quem espera que o futuro seja melhor. As bilheterias sempre são polpudas, mas é de se esperar que crie-se projeto onde roteiro e momentos de ação possam trabalhar de maneira mais satisfatória para os fãs e para o público em geral.




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