A Escola Politécnica da USP, uma das mais tradicionais do Brasil, começa a oferecer, a partir do próximo exame vestibular, o curso de Engenharia Ambiental, uma nova modalidade dentro da profissao. O coordenador do grupo que elabora o curso, professor Ivanildo Hespanhol, disse à Agência Estado que a nova carreira reflete a demanda do mercado de trabalho por engenheiros especialistas em tratamento de água, esgoto, lixo, drenagem urbana (enchentes), controle de vetores transmissores de doenças e poluiçao atmosférica.

O curso, de cinco anos em período integral, terá uma abrangência classificada como holística, incluindo disciplinas como cultura, meio ambiente e desenvolvimento, além de manejo de recursos naturais, planejamento urbano e legislaçao. Serao oferecidas cem vagas por ano.

A Poli da USP está entre as escolas pioneiras na aproximaçao entre universidade e o mercado, segundo o professor Hespanhol. Em 1997, a escola organizou um seminário, voltado aos empresários, para mostrar o que desenvolve e como podem ser feitas parcerias entre as duas partes. No ano passado, a Poli reuniu empresários na Fiesp pelo mesmo motivo. "O desenvolvimento tecnológico tem de ser aplicado pelas empresas", afirmou o professor. "As teses nao podem ficar na prateleira".

O Departamento de Hidráulica da Poli, por exemplo, tem desenvolvido trabalhos integrados com diversas empresas, entre elas a francesa Lyonnaise des Eaux. Segundo o professor Hespanhol, a proposta é criar um sistema simplificado, para populaçoes de baixa renda, de melhoria de água e esgotos na regiao da represa de Guarapiranga, na Grande de Sao Paulo. Hespanhol esclareceu, no entanto, que a proposta ainda está no papel.