O vereador Atila Jacomussi (PV) e o ex-prefeiturável Francisco Carneiro, Chiquinho do Zaíra (ingressando no PTdoB), têm acordo selado para tentar destituir o PT do comando de Mauá. A dupla já iniciou ampla articulação com lideranças políticas da cidade para turbinar o grupo, intitulado de ‘a nova oposição de Mauá'.

Nele não consta a intenção pela participação da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), possível candidata ao Paço em 2012, e também opositora ao prefeito Oswaldo Dias (PT).

Entre os cotados para potencializar e ajudar a encabeçar a construção da frente, estão os vereadores Edimar da Reciclagem (presidente municipal do PSDB) e Alberto Justino Pereira, o Betão (PSB). Há a disposição de que o PPS, partido pelo qual Atila exerceu seu primeiro mandato de vereador (2005/2008), também integre a aliança.

Os idealizadores da costura de forças são Chiquinho e o ex-vereador e candidato a prefeito em 2004 Ademir Jacomussi, pai de Atila e presidente do PRP mauaense. A proposta do grupo é o lançamento de projeto político ‘independente', desgarrado de qualquer vínculo com a Mauá do passado (governos de Leonel Damo e José Carlos Grecco) e do presente (gestão de Oswaldo).

O compromisso começou a ser configurado no pleito do ano passado, quando, misteriosamente, Atila desistiu de sair candidato a deputado federal, decidindo apoiar Chiquinho para a Câmara - então no PMN, ele obteve 25.888 votos e ficou sem cadeira no Congresso.

O acordo firmado em 2010 incluiu retribuição em 2012. Assim, Atila seria o candidato a prefeito e Chiquinho, a vice. Mas ambos negam que haja definição sobre quem encabeçará a chapa. "Pode ser o Atila, o Edimar, o Betão ou eu. Qualquer um tem condições. Mas o nome não está fechado", despista o futuro integrante do PTdoB.

Para a construção da chapa não minguar, Chiquinho garante que o grupo será desprovido de brigas de egos. "Seremos a terceira via... e sem vaidades."

Atila mostra disposição em conversar em breve com o principal nome do PPS na região, o deputado estadual Alex Manente (São Bernardo), para garantir o apoio de seu ex-partido. Para tanto, já afaga os populares-socialistas. "Tenho gratidão pelo PPS. Saí por questões pontuais", considera.

Desta forma, o grupo seria formado por PV, PTdoB, PRP, PSDB, PSB, PMN e PPS. Mas Edimar da Reciclagem não confirma a adesão. O tucano diz estar centrado em novo projeto do PSDB. "Caminhamos sozinhos por enquanto." Mas admite que mantém conversa com Atila e Chiquinho sobre a nova oposição. "Não está fechado, mas não vejo problema em construirmos juntos lá na frente."

Já o apoio de Betão irá requerer um pouco mais de paciência. Aliado histórico de Chiquinho, não será fácil convencer o seu partido da decisão. Isso porque o presidente do PSB, Carlos Thomaz, é secretário de Segurança Pública do governo Oswaldo Dias.

Excluída, Vanessa chama padrinho de infantil

Padrinho de casamento da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), Atila descarta a participação da parlamentar na nova oposição. "Entendemos que ela não faz parte do grupo por representar o passado."

Por outro lado, o verde afirma ter o compromisso da peemedebista em apoiá-lo. "Espero que abra mão de candidatura e cumpra acordo moral que temos. Seria demonstração de respeito ao povo, que clama por novo nome."

As declarações não foram bem digeridas pela peemedebista. Vanessa garante não ter acordo para apoiar possível candidatura de Atila. "É mentira."

Sobre ter sido excluída do bloco por ser filha do ex-prefeito Leonel Damo, analisa que o verde é contraditório. "O pai dele foi vereador por vários mandatos e secretário de Obras no governo do meu pai", aponta. "O Atila foi infantil. Não sabe o que está falando."