O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), vai nomear na semana que vem o ex-vereador e atual secretário de Meio Ambiente em Rio Grande da Serra, Gerson Constantino (PSD), para a Pasta de Saúde. A mudança ocorrerá para acomodar o PSD no governo com vistas à eleição de 2016. O partido teria desistido de apoiar a candidatura do ex-prefeito de Rio Grande, Adler Kiko Teixeira (PSB) ao Paço de Ribeirão para aderir à campanha de Saulo à reeleição.

Além de Constantino, o chefe do Executivo fará mais quatro mudanças no primeiro escalão: ex-secretário adjunto de Educação no município, Edenircio Taurini assumirá Finanças, no lugar de Nelson Gomes de Melo. Irineu Neves comandará Desenvolvimento Regional de Ouro Fino, hoje administrada pelo irmão do prefeito, Silvio Benevides. O setor de Política Comunitária e Institucional passará a ser gerenciado por Raphael Souza e Assistência e Desenvolvimento Social, atualmente gerida por Sônia Garcia, será chefiada por Arnaldo Pereira. As mudanças serão oficializadas no dia 4, primeiro dia útil do ano.

O ingresso de Constantino ao governo Saulo foi visto com estranheza nos bastidores. A mudança de rota do PSD não foi justificada oficialmente pela legenda. Ontem, o Diário procurou insistentemente o ex-parlamentar, mas o pessedista não retornou aos contatos.

Constantino é vice-presidente do PSD de Ribeirão. Ex-presidente da Câmara, o hoje secretário foi colega de Legislativo de Saulo na legislatura passada (2009-2012). Ambos eram do PV e faziam oposição ao governo do então prefeito Clóvis Volpi (que também era do PV e hoje está no PSDB). Em 2011, no período pré-eleitoral, Constantino, ao lado do também vereador e atual secretário de Assuntos Estratégicos, Koiti Takaki, articularam a criação do partido do hoje ministro das Cidades, Gilberto Kassab, no intuito de colocar a legenda no arco de alianças de Saulo. A ideia, no entanto, não se concretizou. O PSD se aliou a candidaturas do PT em várias cidades do País e, em Ribeirão, apoiou a ex-prefeita Maria Inês Soares (PT, 1997-2004). Constantino acabou como candidato a vice na chapa da petista – terminaram o pleito na segunda colocação.

Ao contrário de Constantino, Koiti deixou o PSD para pedir votos a Saulo. Por conta dos desentendimentos entre os dois, a ida do pessedista ao governo é vista, nos bastidores, como redução da influência de Koiti na gestão. O ex-parlamentar sempre foi considerado o homem-forte do governo. No início do mês, Saulo exonerou Koiti do comando da Secretaria de Assuntos Estratégicos. A informação oficial dada pelo Paço foi de que o aliado assumiria o comando do Imprerp (Instituto Municipal de Previdência), mas sua demissão teria sido cancelada dias depois.

PESQUISA
Números da sondagem eleitoral feira pelo DGABC Pesquisas, publicada pelo Diário no dia 20, mostra Kiko na liderança na corrida pelo Paço. O socialista aparece com 25% das intenções de voto, seguido pelo ex-vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), com 20,8%, do vereador Renato Foresto (PT), que registrou 11,5% das citações e, por último, Saulo, que amargou 9,5% da preferência do eleitorado.